segunda-feira, 28 de junho de 2010

Oficina de cinema

Oficina de montagem é atração do VI Seminário de Cinema
Uma das novidades da sexta edição do Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual (VI SemCine), que acontecerá em Salvador de 26 a 31 de julho, será a Oficina de Montagem Cinematográfica, com as montadoras Susan Korda, norte-americana, e Isabelle Rathery, francesa que já morou no Brasil, onde atuou com alguns do mais importantes cineastas do País. "Imagine isto: você filma perfeitamente uma cena: atores, movimentos de câmera, iluminação e tudo funciona ainda melhor do que você esperava. Mais tarde, durante a edição, você percebe que essa bela cena realmente não se encaixa na dramaturgia. E agora?" ‒ é o que pergunta Susan Korda, que durante a oficina pretende levar cada participante a um passeio para "explorar a magia do processo de edição". Para isso, serão utilizados fragmentos de filmes conhecidos como "Bonnie e Clyde ‒ uma rajada de balas" (1967), de Arthur Penn, e "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg. Susan Korda realizou essa mesma oficina no Festival de Berlim deste ano.

O VI SemCine oferece 100 vagas para a oficina, que será desenvolvida no ICBA (Corredor da Vitória), nos dias 29 e 30 de julho, das 9 às 13h. O investimento é de R$50,00 e as inscrições já podem ser feitas através do site www.seminariodecinema.com.br. Mais informações também pelo telefone (71) 3283-7017. Idealizado e comandado pelo cineasta baiano Walter Lima, o SemCine é uma realização da VPC Cinemavídeo e UFBA, com o patrocínio do Ministério da Cultura, Governo do Estado da Bahia (Fazcultura) e Oi Futuro, e copatrocínio do Cinema do Brasil, Apex e da Embasa. A programação completa do seminário está disponível no site www.seminariodecinema.com.br.

Nascida em Paris, França, em 1947, Isabelle Rathery tornou-se uma ativa montadora do cinema brasileiro a partir do fim da década de 80, quando fixou residência no Brasil. Montou "A grande arte" (1991), de Walter Salles, para quem editou também "Central do Brasil" (1998) e "O primeiro dia" (1999), estes dois em colaboração com Felipe Lacerda, e "Abril despedaçado" (2001). Seu primeiro trabalho no Brasil foi para Bruno Barreto, em "Romance da empregada" (1987). Em 1994, fez a montagem de "Lamarca", de Sérgio Rezende, e logo em seguida a de "O Guarani" (1996), de Norma Bengell, "O que é isso, companheiro?" (1996), de Bruno Barreto, "Como nascem os anjos" (1996), de Murilo Salles, e "Guerra de Canudos" (1998), de Sérgio Rezende. Os três últimos filmes que montou no Brasil, antes de regressar para a França, em 2002, foram "O dia da caça" (1999), de Alberto Graça, "Amores possíveis" (2000), de Sandra Werneck, e "Onde a Terra acaba" (2001), de Sérgio Machado. Em 2004, montou "Onde anda você", de Sérgio Rezende, no Brasil, e "Bab'Aziz", de Nacer Khemir, na França.

Susan Korda, por sua vez, é cineasta, escritora, editora de documentários e filmes narrativos nascida em Nova Iorque, onde mora. Também viveu em Viena, na Áustria. Entre 1979 e 1884 estudou no City College of New York/Picker Film Institute. Realizou seu primeiro filme, "Filial Dreams", em 1983. Desde então, tem trabalhado como diretora e editora nos Estados Unidos, Europa e África do Sul, e também ensina na NYU's Tisch School of the Arts e na Internationale Filmschule, em Colônia, Alemanha. Seus trabalhos incluem "The Sweetest Sound" (2002), "Trembling Before G-d" (2001), "One of Us" (1999), "Vienna is Different" (1989), e "For All Mankind" (1989), que foi indicado ao Oscar.

Palestra de professor pernambucano no Salão Nobre da Escola de Belas Artes - UFBa

Docente pernambucano vê uso de arte na formação de professores
O Ciclo de Palestras do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFBA (PPGAV) promove no dia 8 de julho palestra sobre "A arte contemporânea na formação continuada de professores da rede pública de ensino de Pernambuco". O palestrante é o Prof. Sebastião Gomes Pedrosa, docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O evento está previsto para o Salão Nobre da Escola de Belas Artes, a partir das 15h.

ALFAL

Presentación

Carta de invitación

Convocatoria

Datos de la sede

Organización

Comité de honor

Junta directiva de la ALFAL

Comisión organizadora

Comité científico

Secretaría

Modalidad de participación

Comunicaciones

Comunicaciones coordinadas

Comunic. dentro de Proyectos

Pósteres

Publicación de resúmenes y CD

Resúmenes

Programa

Otras actividades

Conferencias Plenarias

Cursillos

Inscripción

Certificaciones

Fechas de interés

Asociarse a la ALFAL

Alojamiento

Prensa

Guía del visitante

Ciudad Sede

¿Cómo llegar a Alcalá?

¿Qué hacer en Alcalá?

Difunde el congreso

Vídeos










XVI Congreso Internacional de la Asociación de Lingüística y Filología de la América Latina (ALFAL)



















Grupo evento.es
C/ Paulina Harriet, 27. 47006 Valladolid. España
Tfno: 902 500 493 - Fax: 983 22 60 92
Email: info.alfal@evento.es
Web: www.evento.es

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MinC abre edital para prêmio de pesquisa em cultura

O Ministério da Cultura publicou na quarta-feira passada, dia 16 de junho, no Diário Oficial da União (Seção 3, págians 8 e 9), o Edital Prêmio de Pesquisa em Cultura - Políticas Públicas de Cultura. Serão premiados até dez trabalhos de estudos e pesquisas acadêmicas de pós-graduação no valor de R$ 10 mil, totalizando um investimento de R$ 100 mil. As inscrições vão até o dia 16 de agosto e o objetivo do edital é premiar estudos e pesquisas acadêmicas de pós-graduação (especialização, MBA, Mestrado Doutorado e Pós-Doutorado) concluídas e defendidas entre 2000 e 2010 e que tenham como tema as políticas públicas de cultura no Brasil em âmbito municipal, estadual e nacional. O resultado esperado com a seleção pública é o fomento à difusão da produção teórica, crítica, reflexiva e à pesquisa sobre cultura de cidadãos brasileiros e/ou estrangeiros, residentes no Brasil há mais de três anos. O edital faz parte do Programa Cultura e Universidade que tem como objetivo fomentar ações e consolidar políticas culturais no âmbito das instituições de ensino superior brasileiras. As inscrições devem ser enviadas por Correio para: Diretoria de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais/CGEC - Secretaria de Políticas Culturais - Ministério da Cultura Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 2º andar - CEP 70068-900 - Brasília/DF. O edital está no link http://www.cultura.gov.br/site/2010/06/16/edital-premio-de-pesquisa-em-cultura-%E2%80%93-politicas-publicas-de-cultura/. Mais informações: (61) 2024-2234, editais@cultura.gov.br; ou com Juliana Lopes pelo email juliana.lopes@culura.gov.br.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A escola mata a criatividade

KEN ROBINSON

"A escola mata a criatividade"

Consultor de governos europeus, o professor inglês diz que o sistema educacional inibe as habilidades pessoais. E que nem todos precisam ir à universidade
Patrícia Diguê

Entre_Abre-IE--2119.jpg
GURU
Ele elaborou para o ex-primeiro-ministro inglês Tony Blair
relatórios de estratégias sobre criatividade e educação

O mundo se divide em duas categorias de pessoas: aquelas que dividem o mundo em duas categorias e aquelas que não.” Arrancando gargalhadas do público de suas conferências, o especialista em educação e criatividade britânico Ken Robinson, 50 anos, questiona por que a maioria das pessoas passa a vida odiando o que faz, “apenas esperando pelo final de semana”, enquanto outras conseguem descobrir seu “elemento-chave”, termo criado por ele que significa a junção do que se faz bem com o que se ama fazer. Robinson conclama o mundo para uma revolução na educação, criando nas escolas um ambiente propício para que os talentos floresçam. Em sua opinião, aquele que não está preparado para errar jamais fará algo de original.

Entre_02-2119.jpg
"A maioria das pessoas leva a vida sem nenhum prazer no que faz.
Apenas toca a vida, esperando pelo sábado e o domingo"

“O atual sistema educacional mata a criatividade”, afirma. “As escolas estão obcecadas em colocar os alunos na universidade”, diz. Professor emérito da Universidade de Warwick, na Inglaterra, Robinson foi consultor de governos europeus, asiáticos e americano. Na Grã-Bretanha, elaborou para o primeiro-ministro Tony Blair (1997-2007) relatórios de estratégias sobre criatividade, cultura e educação e participou do processo de paz da Irlanda do Norte nos anos 90. Alcançou o grande público com seus livros, que defendem a bandeira do talento e da criatividade. Ele já publicou três best sellers traduzidos para mais de 15 idiomas, mas apenas o terceiro, o recém-lançado “O Elemento-Chave” (Ediouro), está disponível para os brasileiros. Sua popularidade aumentou ainda mais depois que suas conferências foram colocadas no prestigioso site TED, palco de palestras de grandes lideranças mundiais.

Entre_03-2119.jpg
"As crianças vivem em um mundo digitalizado e nossa educação é do século passado.
Falhamos em conectar os estudantes aos seus talentos"
Istoé -

O que significa elemento-chave?
KEN ROBINSON -

É o que uma pessoa faz naturalmente bem, se divertindo e se sentindo confortável. Pode ser qualquer coisa, como tocar guitarra ou ser bom em matemática. Mas encontrar seu elemento-chave não é somente fazer algo muito bem, porque há muitas pessoas que são boas no que fazem. É também amar o que se faz. Se você gosta daquilo que faz bem, efetivamente está em seu elemento. Mas a maioria das pessoas não tem esse sentimento quando pensa no trabalho delas. Elas levam a vida sem nenhum prazer no que fazem. Frequentemente, não estão fazendo a coisa certa – e não sabem qual é a coisa certa. Então apenas tocam a vida, sem nenhum sentido.
Istoé -

Como fazer, então, para identificar o que você gosta realmente de fazer?
KEN ROBINSON -

Uma das formas de perceber se você está em seu elemento é analisar, por exemplo, seu senso de tempo. Se você faz alguma coisa de que gosta, uma hora pode passar em cinco minutos. E o contrário também é verdadeiro. Se você faz alguma coisa de que não gosta, cinco minutos se tornam uma hora e você passa a semana apenas esperando pelo sábado e o domingo. Além disso, se a pessoa faz o que gosta, no fim de semana se sente fisicamente cansado, mas não espiritualmente. Se perguntar por que essas pessoas não fariam outra coisa, não vão nem entender o que você quer dizer, vão dizer que o que elas fazem na vida é o que amam fazer, não se imaginam fazendo outra coisa e não querem mudar.
Istoé -

Mas há algum tipo de passo a passo?
KEN ROBINSON -

A primeira lição é acreditar que todos nós temos talentos naturais e habilidades reais. Mais do que isso, temos o direito de descobrir e explorar isso. É preciso ter fé em nós mesmos. Uma recomendação é a pessoa gastar um tempo consigo mesma, para pensar o que ela realmente gosta de fazer e o que teria prazer de fazer para a vida toda. Depois que descobrir, é preciso estar disposta a arriscar, aproveitar e explorar essas oportunidades e talentos, tentando várias coisas diferentes, se deixando sentir tolo às vezes, sabendo lidar com críticas e enfrentando os próprios medos.
Istoé -

Existe uma idade certa para isso?
KEN ROBINSON -

A pessoa pode descobrir seu talento em qualquer idade. Conheço pessoas que encontraram seu elemento-chave quando já não eram mais jovens. Semanas atrás, por exemplo, estava conversando com uma senhora de 50 anos que disse que achava que era muito tarde para ela, pois sua grande vontade era dançar balé. Eu disse que provavelmente era realmente tarde para ela ser a dançarina principal do Ballet Bolshoi e perguntei qual era o aspecto do balé de que ela gostava, porque se tivesse a ver com ser capaz de mover o corpo com a música, então por que não experimentava outros tipos de dança? Há muitos outros tipos de dança que ela poderia experimentar. Outro exemplo é uma tataravó que conheço que resolveu estudar direito e acabou de terminar o curso. Antes, ela não podia, estava criando uma família.
Istoé -

Garimpar seus talentos e habilidades é uma questão de sorte?
KEN ROBINSON -

Geralmente, quem está em seu elemento diz isso: que teve muita sorte. Mas esses “sortudos” tiveram atitudes diferentes na vida, em comparação aos insatisfeitos. Claro que os primeiros tiveram oportunidades e circunstâncias para tirar proveito, mas ainda assim correram riscos e desejaram tentar algo diferente. Estiveram abertos às oportunidades e enfrentaram a forte oposição de parentes e amigos, que achavam que o que eles faziam não era ­usual. Souberam lidar com as críticas.
Istoé -

As pessoas podem ter mais de um talento?
KEN ROBINSON -

Sim, se elas se sentem igualmente propensas a fazer coisas diferentes, não há regras para isso. Além do que, o elemento-chave pode mudar de tempos em tempos: num momento nos sentimos bons em algo e depois em outra coisa. Isso tudo tem a ver com energia, nossas vidas não passam de energia. Precisamos conectar nossas energias às nossas paixões e fazer coisas que tenham significado e propósito. Isso não é novo, é encontrado fortemente em diversas tradições que respeitam a parte espiritual e a energia.
Istoé -

Por que a maioria das pessoas acha que não tem talento?
KEN ROBINSON -

A principal causa é a educação. Nosso sistema de educação formal tem 200 anos e durante esse tempo falhamos em conectar os estudantes aos seus talentos. A escola mata a criatividade. Fazemos um uso pobre dos nossos talentos. O sistema é obcecado com as habilidades acadêmicas, em levar os alunos para a faculdade. Nem todo mundo precisa ir para a universidade, nem todo mundo precisa ir na mesma época da vida. Conversei com um rapaz que é bombeiro e ele disse que sempre quis ser bombeiro, desde criança, mas não era levado a sério porque costumam achar que todo garoto sonha em ser bombeiro. E ele ouvia de um professor que iria desperdiçar seu talento. Mais tarde, ele salvou a vida deste professor. Ou seja, as comunidades dependem da diversidade de talentos, não de uma só concepção.
Istoé -

O que há de errado com nosso sistema educacional?
KEN ROBINSON -

Somos formados por um sistema educacional fast-food, em que tudo é padronizado, industrializado. Temos de mudar isso para uma educação manufaturada, orgânica. E aprender que o florescimento humano não é um processo linear e mecânico, mas orgânico. A educação precisa ser customizada para diferentes circunstâncias e personalizada. É preciso criar um sistema em que as pessoas busquem suas próprias respostas.
Istoé -

O sr. pode dar algum exemplo concreto?
KEN ROBINSON -

As escolas gastam muito tempo com matemática, por exemplo, mas há muito pouco de arte, que, para mim, é fundamental em nossas vidas. As artes visuais e a dança são expressões dos sentimentos humanos, da nossa cultura, mas nas escolas são deixadas de lado, ou pior, até ignoradas. As escolas são obcecadas com um tipo específico de talento e acabam ignorando os outros. Desde a minha juventude, estive cercado de pessoas que me pareciam extremamente talentosas, divertidas e interessantes, mas que estavam profundamente frustradas e pensavam que não tinham nenhum talento, não acreditavam que poderiam conquistar algum respeito. Ao mesmo tempo, também conheci outras que alcançaram muitas coisas. Sempre achei que a educação era a solução para isso.
Istoé -

Como é possível mudar essa situação?
KEN ROBINSON -

É preciso tornar a educação mais pessoal, em vez de linear. A vida não é linear. Embora isso seja difícil, não há outra alternativa. Se quisermos encorajar as pessoas a pensar, temos que encorajá-las a ser aventureiras e a não ter medo de cometer erros. Ao longo da vida, os indivíduos vão se tornando mais conscientes e constrangidos e ficam com medo de cometer erros, porque passam por situações em que dão respostas erradas, se sentem estúpidos e não gostam deste sentimento. É preciso criar uma atmosfera, tanto na escola quanto no trabalho, em que não há problema em estar errado.
Istoé -

O sr. é a favor de uma grande reforma escolar?
KEN ROBINSON -

Muitos sistemas educacionais pelo mundo estão sendo reformados. Mas reformar é inútil agora. Precisamos de uma revolução na educação, transformá-la em outra coisa. Inovar é difícil porque é preciso lidar com coisas não óbvias, fora do senso comum. As crianças hoje, por exemplo, vivem em um mundo digitalizado, enquanto nossa educação é do século passado. Eu sei que é um trabalho árduo, que implica um grande esforço para ser revertido, mas no mundo inteiro há países que estão tentando consertar isso com seriedade. Os pais também têm seu papel e eles devem começar por dar o exemplo, ou seja, eles próprios aprendendo mais sobre seus talentos.
Istoé -

É possível recuperar a criatividade depois de ser educado dessa forma impessoal?
KEN ROBINSON -

Sim. Primeiro você precisa entender o que é criatividade. As pessoas pensam que ser criativo é fazer coisas especiais e que poucas pessoas são especiais. Ou, então, que pessoas criativas são aquelas com espírito mais livre e um pou­co loucas. Mas para ser criativo basta que você esteja executando qualquer coisa, ninguém é criativo na esfera abstrata. E isso pode ser resgatado em qualquer momento da vida.
Istoé -

Para desenvolver os talentos é imprescindível um mentor?
KEN ROBINSON -

Ter um mentor é sempre útil, alguém que o encoraje e veja talentos que nem mesmo você sabe que tem. Pode ser os pais, um amigo, vizinho, parente. Ter alguém que o encoraje pode fazer toda a diferença.
Istoé -

Como o sr. educou seus filhos?
KEN ROBINSON -

Sempre tentei encorajá-los nas coisas em que eles demonstravam interesse. Minha filha é professora de crianças em Los Angeles e meu filho é ator e agora está tentando se tornar escritor. No final das contas, você não pode viver a vida deles por eles, mas apenas estimulá-los a aproveitar as oportunidades.

sábado, 19 de junho de 2010

Mãe Carmen é homenageada pela UNESCO

A ialorixá do Gantois, Mãe Carmem, recebeu, no último 30, a Medalha dos Cinco Continentes, outorgada pela Unesco. A condecoração foi levada até o Gantois pelo presidente do Conselho Executivo da Unesco e delegado permanente do Benin na instituição, embaixaor Olabiyi Babalola Joseph Yai. A condecoração é dada a instituições que promovem diálogo intercultural, respeitam outros credos e não fazem proselitismo.

Mãe Carmem recebeu também a faixa da Sociedade Secreta Geledé e a Maié Oxum do Gantois, Márcia de Souza, foi condecorada com a Medalha Toussaint Louverture. A comenda que faz uma homenagem ao líder da libertação do Haiti é oferecida a pessoas que desempenham atividades de conscientização e promoção das culturas africanas.

Mãe Carmem está comemorando oito anos no comando do Gantois.
Fonte: Mundo Afro

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Justiça Guaraní

Ao impedir tradutor para índios durante um julgamento, juíza reacende o debate sobre a liberdade de idiomas no Brasil

Leonardo Fuhrmann


Rito em Mato Grosso do Sul: caso do cacique morto alimentou polêmica depois que Justiça vetou o uso de idioma guarani em juízo

O júri de três acusados de assassinar a pauladas o cacique Marcos Veron, de 72 anos, foi suspenso em 4 de maio. A notícia provocou interesse não só no meio judicial, mas entre os sociolinguistas, em uma discussão que mistura direitos constitucionais, preconceito, respeito às tradições e o direito a comunicar-se em sua própria língua.

Porque a juíza Paula Avelino Mantovani não permitiu que os índios prestassem depoimento em guarani, o procurador da República Vladimir Aras decidiu abandonar o julgamento. Agora, ele garante que vai recorrer, se necessário, até ao Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir aos índios o direito de serem ouvidos em seu idioma de origem. Um novo julgamento foi marcado apenas para o ano que vem.

Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde eram funcionários da fazenda Brasília do Sul, em Jutaí, no Mato Grosso do Sul. Na região, são comuns os conflitos agrários entre fazendeiros e índios. Ao lado de Nivaldo Alves Oliveira, que está foragido, os três são acusados de invadir a tribo e atacar os índios na madrugada, entre 12 e 13 de janeiro de 2003. Além do brutal assassinato do cacique Marcos Veron, os homens são acusados de outros seis sequestros, todos também seguidos de tentativas de assassinato.

Transferência
A tensão com os não índios e o forte preconceito contra os índios na região fizeram com que o Ministério Público Federal (MPF) pedisse a transferência da cidade de Dourados.

O pedido foi aceito e o julgamento foi então marcado para São Paulo (SP).

Para garantir que os índios fossem compreendidos ao longo do julgamento, o pesquisador Tonico Benites foi indicado pela Funai e nomeado pela Justiça como intérprete dos indígenas.

Benites é um índio guarani que faz doutorado em antropologia na UFRJ. Mais do que fazer a mera tradução de palavras, o seu trabalho serviria como elo entre culturas distintas e em choque.

Apesar de conviver com não índios há trinta anos, por conta de trabalhos acadêmicos, Tonico Benites diz que a experiência não reduziu seu mal-estar de participar pela primeira vez de um júri.

- Para nós, guaranis, a conversa é um encontro entre duas almas. Se você fala alto, assusta a alma do outro. E no julgamento se grita muito, além de usar-se de um gestual agressivo - afirma Benites.

O cacique Veron morreu aos 72 anos: julgamento só em português
Pensar guarani
O intérprete observa que outras características de um julgamento são incômodas para os índios, como o isolamento e a proibição de que testemunhas e vítimas conversem entre si.

- Para nós, quando falamos de alguém que morreu, a alma da pessoa fica presente no lugar. Por isso, é duro relembrar uma história dessas perante os demais companheiros e a pessoa que foi assassinada - completa o tradutor.

Segundo Benites, a construção do discurso é diferente entre o português e o guarani.

- O não índio fala de uma forma bastante direta. O guarani costuma explicar outras situações e contar histórias mesmo quando vai responder a uma pergunta simples - diferencia ele.

Para o intérprete, os índios já estavam em desvantagem no ambiente judicial e a obrigação de falar em português seria uma derrota ainda maior.
- A sala estava cheia de advogados e fazendeiros e a gente nem sabia quem era advogado e quem era fazendeiro, porque lá eles estavam todos iguais - diz Benites.

A juíza
Para a juíza Paula Avelino Mantovani, um intérprete só deveria ser usado quando uma dada testemunha não compreendesse o que lhe era perguntado ou não conseguisse expressar algum trecho de seu relato em português.

A juíza lembrou que os mesmos índios já haviam sido ouvidos em português em outras fases do processo e criticou o gesto que forçou o adiamento do júri.
"Não cabe aqui a discussão acerca do acerto ou não da decisão proferida. Para isso há os recursos adequados. Lamenta-se, porém, a atitude do Ministério Público de, em absoluta afronta aos princípios democráticos, abandonar o plenário em total desrespeito aos advogados de defesa, aos jurados, aos presentes e à administração da Justiça, mormente em se considerando os vultosos recursos já empregados por esta Justiça para realização do Júri, desaforado da subseção de Dourados", escreveu a juíza.

Retirada
Paula Mantovani remarcou o julgamento, sob a alegação de que a Justiça Federal não tem recursos para bancar, de novo neste ano, o transporte, a hospedagem e a alimentação de réus, vítimas e testemunhas do caso. O júri já havia sido adiado em abril, devido à ausência do advogado de defesa, que alegou problemas de saúde. Desta vez, no entanto, a juíza defendeu que o procurador seja responsabilizado pelos eventuais danos causados ao erário público. Procurada por meio da assessoria de imprensa da Justiça Federal em São Paulo, a juíza não quis dar entrevistas sobre o caso.

O procurador Aras entende que abandonar o júri foi a maneira de garantir aos índios o direito de comunicar-se no julgamento. Ele já recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) contra a decisão da juíza e garante que, se necessário, vai ao Supremo. Segundo o MPF, a Constituição Brasileira e tratados internacionais garantem às etnias minoritárias de um país o direito de usar seu idioma nativo. O procurador lembra que o Estado não pode impor um idioma às minorias, num tipo de comportamento que já fez o Brasil perder parte de sua diversidade cultural. E rebateu o argumento de que as vítimas e testemunhas já haviam sido ouvidas em português em outras fases do processo.

- Não é por que foi feito errado outras vezes que o problema pode repetir-se. É como dizer que, se eu invado a sua casa uma vez, posso invadi-la sempre - compara.

Sociolinguística
O professor José Ribamar Bessa Freire lembra que, mesmo para pessoas com boa formação em português, a linguagem usada nos tribunais pode ser de difícil compreensão, por ser hermética. Freire faz parte do grupo de trabalho de sociolinguística da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll), é consultor do MEC para educação indígena e coordena o programa de estudos dos povos indígenas da Faculdade de Educação da Uerj.

O pesquisador compara o caso aos estrangeiros presos nos aeroportos, que têm o direito de defender-se em sua língua materna, mesmo quando tenham noções de português, obtidas no contato com outros presos.

- Gostaria que a juíza fosse chamada a responder a uma corte internacional e lá a impedissem de defender-se em português. Mesmo com fluência em outros idiomas, vai sentir uma dificuldade semelhante à que está impondo aos guaranis - diz.

Direito guarani
Línguas indígenas já são reconhecidas como cooficiais em países como Peru, Equador e Bolívia. Mas um fosso separa as concepções de Direito das culturas locais. Um juiz argentino, Manoel Moreira, chegou a fazer um estudo sobre a cultura jurídica guarani e mostrou como há diferenças conceituais com o Direito trazido por portugueses e espanhóis.

- Ele cita o caso de uma índia de 40 anos que matou outra, de 15, a facadas. Na Justiça não índia, ela foi condenada. Depois que cumpriu pena, voltou à tribo e foi julgada com base na cultura guarani. Acabou inocentada e o marido, que havia tido um relacionamento com a garota, condenado - exemplifica Freire.

Na sua língua
O linguista explica que o conceito de Justiça dos guaranis está na solução de conflitos e não na punição do causador do dano. Para ele, a imposição do direito alheio já seria em si uma violência e uma arbitrariedade.

- Aceitar que eles se comuniquem em sua língua materna é uma forma de fugir de um julgamento preconceituoso, pois reduz a impotência do índio perante a Justiça e lhe dá confiança. Isso é fundamental para quem está em busca da verdade real - opina Freire.

Ele destaca que, mesmo sem as diferenças culturais que separam índios e não índios, é mais fácil para as pessoas se comunicarem em sua língua materna, na qual pensam
e sonham.

- Poucos alcançam um nível de bilinguismo que lhes dá a capacidade de raciocinar em um segundo idioma, de coordenação. Geralmente, há uma subordinação à língua materna. Mesmo dentro da subordinação, há diferentes graus de biliguismo - afirma.

Por isso, seria necessário um intérprete capaz de conhecer as nuances dos dois idiomas que estão sendo usados. O caso prossegue.

Inscrições abertas: III Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH)

Caros colegas,

Pedimos a gentileza de divulgarem o III Encontro Nacional do GT História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH),
que acontecerá em Florianópolis, na UFSC, de 20 a 22 de outubro de 2010.

O site do evento é:
http://www.gthrr.ufsc.br/

Destacamos que já estão abertas as inscrições para comunicações (10/06/2010 a 10/07/2010) e ouvintes (10/06/2010 a 20/10/2010).

A lista de Simpósios Temáticas está disponível na página do evento e em breve disponibilizaremos as normas para o envio dos trabalhos completos.

Atenciosamente,

Artur Cesar Isaia

VI Colóquio O Prazer do Texto

VI Colóquio O Prazer do Texto

ATIVIDADE DE EXTENSÃO PROMOVIDA PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFBA, COM APOIO DO PRONEX FILOSOFIA E CIÊNCIAS (FAPESB/CNPq)

– 09 a 13 de agosto de 2010, no Auditório do CRH/FFCH, em São Lázaro –

A filosofia guarda uma relação singular com sua história, sempre retornando a seus textos clássicos para afirmar sua identidade e possível sentido. Com efeito, na leitura dos textos filosóficos (e ademais na leitura filosófica de certos textos), constituem-se problemas, vocabulários e mesmo estilos próprios e distintos. Lançamos, assim, com este ciclo de palestras, diversos convites à leitura de textos relevantes para a filosofia. Afinal, bem o sabemos, o prazer de um texto clássico cuidadosamente lido é parte substancial do que, em nosso caso, alimenta e realiza a unidade entre competência profissional e vocação filosófica.

Abertura
(às 10 horas do dia 09/08/2010):

Apresentação do Colóquio, por João Carlos Salles (UFBA).

Conferência de abertura: “Contraponto Heidegger Wittgenstein”, por José Arthur Giannotti (USP/CEBRAP).

Palestras
(De 09 a 13 de agosto, em turnos de 9 às 12 e de 14 às 17hs. Início na tarde de 09 de agosto):

“A poética, de Aristóteles”, por Sílvia Faustino de Assis Saes (UFBA).
“A brevidade da vida, de Sêneca”, por Marina Cavicchioli (UFBA).
“O mestre, de Agostinho”, por Eduardo Chagas Oliveira (UEFS).
“Ente e essência, de Tomás de Aquino”, por Márcio Damin Custódio (UFBA).
“Sermões alemães, de Mestre Eckhart”, por Nancy Mangabeira Unger (UFBA).
“Mensageiro das estrelas, de Galileu”, por Júlio Celso Ribeiro de Vasconcelos (UEFS).
“Tratado das sensações, de Condillac”, por Carlota Ibertis (UFBa).
“O conflito das faculdades, de Kant”, por Daniel Tourinho Peres (UFBA).
“A democracia na América, de Tocqueville”, por Paulo Fábio Dantas Neto (UFBA).
“A origem das espécies, de Darwin”, por Charbel El-Hani (UFBA).
“A origem da família, da propriedade privada e do estado, de Engels”, por Mauro Castelo Branco de Moura (UFBA).
“Os chistes e sua relação com o inconsciente, de Freud”, por Sérgio Fernandes (UFRB).
“O mal-estar na civilização, de Freud”, por Angélia Teixeira (UFBA).
“Teoria atômica e a descrição da natureza, de Niels Bohr”, por Olival Freire Jr. (UFBA).
“Ser e ter, de Gabriel Marcel”, por Luciano Costa Santos (UNEB).
“A vontade de saber, de Foucault”, por Ricardo Calheiros Pereira (UFBA).
“O princípio responsabilidade, de Hans Jonas”, por Lourenço Leite (UFBA).
“A transfiguração do lugar comum, de Arthur Danto”, por Rosa Gabriella Castro Gonçalves (UFBA).
“O eu despertado, de Roberto M. Unger”, por José Crisóstomo de Souza (UFBA).

Inscrições e informações: de 16 de junho a 09 de agosto de 2010, das 8:30 às 12:30 horas, na Secretaria da FFCH, em São Lázaro. Tel. 3283.6431

Certificados do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor

Os certificados do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor estarão disponíveis nos dias 18 de junho (pela manhã), 21 e 22 de junho (pela manhã) na biblioteca da UCSAL - Lapa - Salvador.
Os certificados serão entregues mediante a assinatura do portador.
Até lá!

sábado, 12 de junho de 2010

Sobre os certificados do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor

Comunicamos àqueles que participaram do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor - 2010 que, a partir de 15 de junho disponibilizaremos os certificados de acordo com as várias modalidades de participação. Informaremos local, data e prazo de entrega.Lembramos que estamos recebendo o texto completo até o dia 15/06/2010.
Muito obrigada! Até lá!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Atenção linguistas - o Português falado - Ataliba Castilho, um dos maiores linguistas do Brasil

O linguista conta como fez sua gramática registrando a fala espontânea

Redação Época

ÉPOCA – Como foi feita a pesquisa que deu origem a sua gramática?

Ataliba de Castilho – Fui acumulando esse conhecimento durante meus 50 anos de magistério. Li toda a produção brasileira dos últimos 30 anos sobre o assunto, boa parte dela com minha participação. Estava na hora de colocar tudo isso na forma de gramática, um tipo de texto que as pessoas já sabem do que se trata. O livro é o resultado da leitura e da interpretação desses trabalhos.

ÉPOCA – Na prática, como ela deve ser usada?

Castilho – É para o estudo nos cursos de letras e também para o ensino médio. A novidade desse texto é que ele convida as pessoas a pensar. O estilo normal das gramáticas é como o de Moisés quando faz revelações ao povo. Quis fazer um texto mais argumentativo. Exponho dados, faço análises sobre eles e depois questiono o leitor: “Que tal analisar esse fato de outro jeito?”.

ÉPOCA – Quais são as diferenças entre sua gramática e as gramáticas comuns?

Castilho – É uma questão de ênfase. O gramático visa a ensinar as pessoas a evitar o erro, a praticar o português correto. A minha não é desse tipo. Retrato o português do Brasil, é um registro de como se fala aqui. Não estou preocupado com o certo ou o errado. Quero mostrar como a língua é, com suas variedades. É a língua sem o Photoshop, que se distancia da norma padrão.

ÉPOCA – Essa não é uma questão mais política do que linguística?

Castilho – Tudo na linguagem é política. O futuro da língua portuguesa repousa no Brasil. Os estrangeiros querem aprender o português do Brasil, porque é conosco que eles fazem comércio.

ÉPOCA – De que maneira usar a gramática no ensino médio se ela se distancia da norma culta?

Castilho – Quero um novo modo de fazer gramática e de fazer ciência no Brasil. Desde que comecei a lecionar, aos 22 anos, esse é meu desejo. O ensino de hoje se fundamenta no certo e no errado. Mas isso não tem dado resultado. A avaliação de que “menas” está errado é algo de hoje, não necessariamente de amanhã. Na sala de aula, é preciso que se reflita sobre a língua, e não ensinar o português – isso o aluno já sabe. Se o aluno que domina a variante popular voltar para o ambiente familiar falando a norma culta, haverá uma ruptura da identidade linguística. Ao expor as possibilidades de fala, explicando onde e quando se deve usar cada uma, o aluno vai ser um bilíngue em sua própria língua.

Meu pai era lavrador e minha mãe professora primária. Até os 6 anos morei na roça. Meu avô tinha uma fazenda e mandou contruir uma escola onde minha mãe trabalhava. De tempos em tempos vinha um inspetor escolar para saber se o ensino estava sendo passado de maneira correta. E ela falava “nós faremos isso no próximo semestre”, “nós fizemos tal”. Eu eu pensava, o que é isso? No dia-a-dia falávamos “a gente”, e não nós. Naquele momento, minha mãe falava de um modo tão estranho que eu achava que ela não era mais da nossa família. Ela não era doida, falava com o inspetor na língua do inpetor. Mas ali na roça, para falar com a família, a língua era outra.

ÉPOCA – Um dia teremos uma língua brasileira?

Castilho – Acho que sim, inevitavelmente. Eu diria que em 200 anos, muito mais pelo afastamento do português europeu do que pelo afastamento do português brasileiro. No século XVIII, os portugueses ingressaram num novo ritmo de pronúncia das palavras. Passaram a engolir as vogais muito mais do que aqui. Eles se afastam cada vez mais, e ninguém sabe a razão disso.

ÉPOCA – A internet muda a língua?

Castilho – A escrita vai se marcar pelas propriedades do meio. Isso não é espantoso. Quando Gutenberg inventou a imprensa de tipos móveis, no século XVI, a tecnologia da escrita mudou radicalmente. Desapareceu o escriba, a pessoa treinada na grafia manual. Agora vem outra mudança, com a rapidez das abreviaturas. Não adianta olhar com receio. O lado vantajoso é que os jovens estão escrevendo muito mais.

ÉPOCA – Não é uma contradição fazer uma gramática que não é para referência?

Castilho – É um trabalho paradoxal, eu tenho consciência disso. É uma gramática, mas não é normativa. É discritiva, mas é reflexiva também. Eu dou a minha opinião, mas provoco quem lê a dar a sua. É um lance meio calvinista, eu tenho uma formação protestante presbiteriana. Nela, se você quiser falar com Deus, não precisa de um despachante, de um pastor, de um padre ou de um imagem. Você fala diretamente com Ele. É o mesmo para os muçulmanos. Eu trouxe isso para a gramática. Se você precisar saber o português, estuda você mesmo. Com ela, você terá uma orientação: o que está na minha gramática é o que o povo das letras pensou sobre o assunto nestes anos todos.

ÉPOCA – Quais são as outras diferenças entre a sua gramática e as normativas?

Castilho – Ela começa pelo texto, e não pela sentença. Houve um grande avanço nos últimos anos no estudo do texto. E quando você conversa, você está produzindo um texto. Se eu começar pela sentença, estou começando pela metade. As gramáticas tratam do som, da palavra e da sentença. Mas a língua não é só som, palavra e sentença. É muito mais complicado do que isso, procurei enfrentar essa complexidade natural das letras. Isso está governando o nosso modo de produzir sentenças e de escolher as palavras e de produzir os sons.

ÉPOCA – Por que o português do Brasil se distanciou tanto da sua origem?

Castilho – O português que os portugueses trouxeram para cá com toda certeza é esse que falamos hoje. Conservamos o ritmo espaçado, o chamado português médio, última fase do português arcaico. Os portugueses vieram para cá em 1932 e começaram a colonizar o Brasil por São Vicente, depois vieram para Santo André, São Paulo e aí vieram os bandeirantes, espalhando a língua por aí. Os colonos do Brasil falavam muito como nós falamos. Os protugueses mudaram do XVIII para frente, tomaram outro rumo. Nós mudamos também.

ÉPOCA – A unificação do Acordo Ortográfico não vai um pouco contra o que o senhor estuda?

Castilho – Seria se a gente desconsiderasse as variantes. Ela admitiu as duas grafias, foi uma coisa equilibrada. Se você pensar bem, quanto menos sinais tiver, não é melhor?

Sobre pesquisa qualitativa - UNESP

A Sociedade de Estudos e Pesquisas Qualitativos - SE&PQ tem o prazer de convidá-lo para o IV Seminário Internacional de Estudos e Pesquisa Qualitativos - IVSIPEQ.
Tema: Pesquisa Qualitativa: Rigor em questão
Fundamentos - Métodos -Desdobramentos
Data: 9 a 11 de outubro de 2010
Local: UNESP /Campus de RioClaro

O IV SIPEQ propõe-se a debateros fundamentos e métodos das práticas investigativas em suas diferentes modalidades e seus desdobramentos, frente àobtenção de dados, às leituras possíveis eoutros aspectos que complementam a abrangência do tema e provocamreflexão no sentido de explicitar o "Rigor" presente narealização da pesquisa, em seus fundamentos emétodos.

Comunicamos que as inscrições detrabalhos já estão abertas sendo que as orientações para a sua remessa se encontram descritas nosite.

Período de InscriçãoEletrônica: de 01/03/2010 à 04/10/2010
PERÍODODE INSCRIÇÃO
(vagas limitadas) INVESTIMENTO
P/ SÓCIOS DASE&PQ
E ESTUDANTES DE
PÓS-GRADUAÇÃO P/ INTERESSADOS
01/03/2010 à30/04/2010 150,00 300,00
01/05/2010 à04/10/2010 200,00 350,00
No dia do evento 250,00 400,00
Instruções para asinscrições de trabalho

* Data limite para envio de trabalho:31/07/2010
* A inscrição do trabalhoestá sujeita ao pagamento da inscrição ao IV-SIPEQ
* A aceitação do trabalhoestá sujeita a análise do Comitê Científico
* O resultado da análise do ComitêCientífico será divulgado até 01/10/2010 nosite

Comissão Central
Antônio Carlos Carrera de Souza - UNESP;Heloisa da Silva - UNESP; João Pedro Pezzato - UNESP;Luiz Normanha - UNESP; Marco Antonio Escher - UNESP; MariaBernadete Sarti da Silva Carvalho - UNESP; Marília JosefinaMarino - SE&PQ/PUCSP; Maristela Ross de Castro Gasonato - SE&PQ;Marli Regina dos Santos - UFV; Tadeu dos Santos - SE&PQ; VerildaSperidião Kluth - SE&PQ/UNIFESP.
Realização:
Apoio: O eventoconta com expressivos apoios institucionais e de grupos de pesquisa. Veja nolink: www.sepq.org.br/IVsipeq/default.asp

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Museu Digital da Memória Afro-brasileira

Primeiro Seminário do projeto do Museu Digital da Memória

Afro – Brasileira

10 e 11 de Junho 2010
Local: Centro de Estudos Afro Orientais / Auditório Milton Santos



Programação:

Quinta- feira dia 10 de junho:

9-12.30 hs: Sessão de trabalho sobre o sistema de Arquivação

14.30-18hs: Sessão Pública: Como funciona nosso Museu Digital

Apresentação do trabalho das equipes no Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro

Sexta-feira dia 11 de junho:

9-12.30 hs: Segunda sessão de trabalho dedicada ao termos de cessão e responsabilidade digital.

14.30-18h: Sessão Pública: Política e prática de um museu digital da Memória

Afro-Brasileira.

18:00hs:Coquetel de lançamento do Museu Digital da Memória Afro-Brasileira.





Os interessados em participar podem se inscrever por Email no fabrica@ufba.br

(colocando no título do e-mail: Seminário Museu Digital )

terça-feira, 8 de junho de 2010

Bolsas de estudo para professores de Português

Capes seleciona professores de Português para bolsas Fullbright

Candidatos à seleção de professores assistentes de língua portuguesa nos Estados Unidos pelo programa de bolsas Capes/Fulbright têm até o dia 15 de julho para realizar a inscrição. O formulário de inscrição on-line está disponível na página da Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright). As documentações necessárias à candidatura estão especificadas no edital, publicado no dia 1º de junho, no Diário Oficial da União pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Para concorrer à bolsa, o candidato, além de ter nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade estadunidense, deve ter bacharelado ou licenciatura em língua portuguesa e/ou língua inglesa, proficiência em inglês, estar residindo no Brasil durante o processo seletivo e não receber bolsa ou benefício financeiro de outras entidades brasileiras para o mesmo objetivo. É obrigatório o retorno do bolsista ao Brasil após o término da bolsa e não será concedida extensão da mesma. Professores da rede pública de ensino e ex-bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni) terão prioridade nas candidaturas.

A seleção se desenvolverá em cinco etapas de caráter eliminatório, sendo elas verificação da consistência documental, análise de mérito, entrevistas, priorização das candidaturas e reunião conjunta. A divulgação do resultado está prevista para setembro deste ano e a divulgação do resultado do processo de seleção nos EUA para março/abril de 2011. As atividades acadêmicas serão realizadas entre julho/setembro de 2011 a maio/junho de 2012. O programa prevê a concessão de até 30 bolsas, com duração de nove meses. A bolsa inclui os benefícios como moradia, alimentação, transporte local, seguro saúde e passagem aérea de ida e volta. O bolsista deverá cursar duas disciplinas por semestre, sendo uma delas obrigatoriamente Estudos sobre os Estados Unidos. Mais informações pelos telefones (61) 2022-6664 (Capes) e (61) 3248-8605 (Fulbright) ou pelos e-mails thais.aveiro@capes.gov.br e rejania@fulbright.org.br.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aniversário da FFCH - 69 anos. Parabéns!!!

Aniversário da FFCH

A FFCH completa 69 anos no próximo dia 13 de junho. No dia 14 de junho, uma segunda-feira, celebraremos a data com confraternização matutina e lançamento de livro.

Teremos assim, em São Lázaro, um lanche apropriadamente junino às 10 horas, na varanda do Casarão. Em seguida, também na varanda, teremos o lançamento do livro da Profa. Arlete Cerqueira Lima, Lógica Formal: Origens e Aplicações, pela Editora Quarteto.

Lançamento em São Lázaro - FFCH/UFBA

Lançamento em São Lázaro
6 de junho de 2010

Como parte da comemoração dos 69 anos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, será lançado no dia 14 de junho, às 10:30 horas, na varanda do Casarão de São Lázaro, o livro Lógica Formal: Origens e aplicações, escrito pela Profa. Arlete Cerqueira Lima e editado pela Quarteto Editora.

Arlete Cerqueira Lima nasceu em Itabaiana - Sergipe, em 27 de agosto de 1932. Licenciou-se em Matemática pela UFBA em 1954. Foi uma das fundadoras do Instituto de Matemática e Física, tendo contribuído para a introdução da matemática moderna na UFBA e, logo, na Bahia. Concluiu o mestrado em Matemática em 1954. Além de seu pioneirismo acadêmico e de sua dedicação ao magistério durante 50 anos, também se destacou por seu papel institucional. Assim, foi coordenadora da Pós-Graduação do Curso de Matemática e exerceu o cargo de Coordenadora Central da Pós-Graduação e Pesquisa da UFBA, que depois se transformou na atual Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Ex-diretora do Instituto de Matemática, docente da UEFS e Professora Emérita da UFBA, publicou artigos e livros, dentre os quais destacam-se os de Lógica e Linguagem.

Em seu prefácio ao livro, João Carlos Salles observa: (...) Um livro de lógica qualquer só pode começar em meio a desafios elevados. E este livro de Arlete Cerqueira Lima os enfrenta com grande determinação e clareza, colocando-se o mote da demonstração como medida mínima de sua articulação conceitual e como desafio didático. Assim, o livro não se furta a apresentar um específico contexto filosófico para o interesse da lógica, fazendo acompanhar, em gestos largos, transformações decisivas da lógica dos movimentos de monta da história da filosofia. Com isso, porém, o desafio da contextualização histórica não vem suprimir exigências internas de apresentação da matéria, como o revela seu cuidado quer com a apresentação inicial de uma estrutura algébrica quer com temas técnicos incontornáveis, como o da consistência e completude dos sistemas formalizados. (...) Quem teve o privilégio de ser aluno da Profa. Arlete Cerqueira Lima não se surpreenderá então. O livro está atravessado pelo mesmo brilho no olhar, o mesmo encantamento e sofisticação que caracterizam suas aulas. E sentirá a mesma motivação de uma professora que nos acompanha em nossas manipulações simbólicas e malabarismos conceituais, disciplinando ou libertando adequadamente nossa imaginação lógica. Em suma, um livro de especial interesse para leitores que, como aprendizes ou sobretudo como docentes, desejam dar continuidade e aprofundar estudos de lógica.

Atenção ao Seminário

II Seminário Internacional de Antropologia da Saúde e o I Seminário de Saúde da População Negra e Quilombola do Norte de Minas Gerais


Objetivo: Fomentar a discussão sobre a qualidade da assistência à saúde para a população negra e quilombola no norte de minas, bem como trazer uma reflexão sobre o combate ao racismo institucional e as vulnerabilidades em saúde.

Público alvo: Profissionais das ciências sociais, antropologia, serviço social, medicina, enfermagem, e demais profissionais da área da saúde. Gestores de saúde. Estudantes da área da saúde, das ciências sociais, do serviço social e demais cursos da saúde. Membros das comunidades quilombolas. Membros do Movimento Negro. Membros da comunidade em geral. Pesquisadores da área.
Data: dia 10 de agosto de 2010.
Inscrições: O encerramento das inscrições será no dia 28 de julho de 2010.
Local: Auditório do CCBS, prédio 06, segundo andar.
Credenciamento: a partir de 07h30min. É necessário fazer inscrição.
O evento constará de palestras, mesas redondas e apresentação de relatos de experiência e trabalhos científicos.
Realização: Centro de Apoio Comunitário- CEAAC / Grupo de Pesquisa de Atenção Primária e Saúde Materno-Infantil em Comunidades Quilombolas no Norte de Minas Gerais / Núcleo de Estudos Afro-brasileiros – NEAB

As inscrições para os eventos ocorrerão no NEAB-Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Anexo do Prédio 06, sala dos projetos especiais, no Campus Professor Darcy Ribeiro. Tel: 32298306 (horário comercial) - Luziana/Gil



Ficha de Inscrição

Instruções aos Autores



Maiores informações no CEAAC com a Jussara/Bárbara pelo telefone 32298193 (tarde) ou pelo e-mail:saudepopulacaonegra@hotmail.com

Observação: Haverá espaço para apresentação de trabalhos científicos sobre os temas

- Saúde da população negra e quilombola
- Racismo institucional
- Vulnerabilidades em saúde
- Equidade e universalidade no SUS
- Antropologia da Saúde
- Políticas Públicas de Saúde e Saúde Coletiva
- Inclusão social e saúde.
* Estas temáticas deverão abordar a população negra e a quilombola. Trabalhos que não abordarem estas temáticas não serão analisados.

As normas para a inscrição/seleção de trabalhos serão divulgadas posteriormente.

Valor de inscrição: R$10,00 (acadêmicos), R$15,00 (profissionais e comunidade)

Submissão de trabalhos científicos: Os resumos deverão ser entregues até dia 04 de julho de 2010.
Os resultados dos trabalhos selecionados para apresentação oral/banner/revista científica digital serão divulgados até dia 26 de julho de 2010. Os autores selecionados serão contactados posteriormente pela Comissão para definir a modalidade na qual serão inseridos, dependendo da avaliação e relevância dos temas apresentados. Serão aceitos até dois trabalhos por autor. O limite para co-autoria é de 02 (dois) co-autores. Os trabalhos deverão seguir as linhas e temáticas apresentadas anteriormente.
Comissão Organizadora/Coordenação Geral:
Professor Ms. Amaro Sérgio Marques e Professora Ms. Ângela Brito

Parcerias: Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial-COMPIR
Apoio Institucional: UNIMONTES

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Polícia Federal prende mãe e bebê Tupinambá

A Polícia Federal prendeu na tarde de hoje, feriado de Corpus Christi, a índia Glicéria Tupinambá e seu filho de apenas (02) dois meses. Glicéria é liderança de seu povo e membro da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI. Vinculada ao Ministério da Justiça, a CNPI tem entre seus integrantes representantes de 12 ministérios, 20 lideranças indígenas e dois representantes de entidades indigenistas. Na tarde de ontem, 2 de junho, Glicéria participou da reunião da CNPI com o Presidente Lula, oportunidade em que denunciou as perseguições de que as lideranças Tupinambá têm sido vítimas por parte da Polícia Federal no Sul da Bahia.

No dia seguinte, quando tentava retornar para sua aldeia, Glicéria – tendo ao colo o seu bebê de dois meses – foi detida ao descer do avião, ainda na pista de pouso do aeroporto de Ilhéus (BA), e diante dos demais passageiros, por três agentes da Polícia Federal, numa intenção clara de constrangê-la. O episódio foi testemunhado por Luis Titiah, liderança Pataxó Hã-hã-hãe, também membro da CNPI, que a acompanhava.

Após ser interrogada durante toda a tarde na sede da Polícia Federal em Ilhéus, sempre com o bebê ao colo, Glicéria recebeu voz de prisão da delega Denise ao deixar as dependências do órgão. Segundo informações ainda não confirmadas, a prisão foi decretada pelo juiz Antonio Hygino, da Comarca de Buerarema (BA), sob a alegação de Glicéria ter participado no seqüestro de um veículo da META (empresa que presta serviço de energia na região). Esse juiz, em entrevista concedida ao repórter Fábio Roberto para um jornal da região, se referiu aos Tupinambá como “pessoas que se dizem índios”. Mãe e filho serão transferidos para um presídio na cidade de Jequié, distante cerca de 200km de sua aldeia.

Desde que a FUNAI iniciou o processo de demarcação da terra indígena Tupinambá as fazendas invasoras da terra indígena passaram a contratar pistoleiros, fazendeiros dos municípios de Ilhéus e Buerarema iniciaram campanhas difamatórias nas rádios e jornais locais, incitando a população regional contra os índios, o que resultou numa série de conflitos envolvendo pistoleiros, fazendeiros e indígenas. Como conseqüência da disputa pela posse da terra os Tupinambá respondem a uma série de inquéritos e processos criminais patrocinados pela Polícia Federal, numa estratégia clara de criminalização de sua luta legítima em defesa de seu território tradicional. Em decorrência dessa ofensiva de criminalização já estão presos os indígenas Rosivaldo (conhecido como cacique Babau) e Givaldo, irmãos de Glicéria que passa a ser terceira presa política Tupinambá.

A animosidade nutrida pela Polícia Federal em relação aos Tupinambá já se tornou crônica. No dia 23 de outubro de 2008, numa ação extremamente agressiva, a PF atacou a comunidade indígena da Serra do Padeiro, deixando 14 Tupinambá feridos à bala de borracha, destruiu casas e veículos da comunidade, a escola indígena e seus equipamentos, e ainda deteriorou a merenda escolar. Dois Tupinambá foram presos na ocasião. Em junho de 2009, após outra ação de agentes da PF juntamente com fazendeiros - numa ação de reintegração de posse -, sinais de tortura em cinco Tupinambá ficaram comprovados por exames de corpo de delito realizados no Instituto Médico Legal do Distrito Federal. O inquérito, levado a cabo pelo mesmo delegado que coordenou a ação dos agentes, concluiu entretanto pela inocorrência de tortura. Nenhum dos agentes foi afastado durante ou após as investigações. No dia 10 de março de 2010, numa ação irregular, a Polícia Federal invadiu a residência do cacique Babau em horário noturno (duas horas da madrugada), destruindo móveis e utilizando extrema força física para imobilizar o Cacique, que acreditava estar diante de pistoleiros, pois os agentes estavam camuflados, com os rostos pintados de preto, não se identificaram e não apresentaram mandado de prisão, além de proferir ameaças e xingamentos.

O Conselho Indigenista Missionário, preocupado com a integridade física e psicológica de Glicéria e seu filho, vem a público manifestar mais uma vez o seu repúdio ao tratamento dispensado por órgãos policiais e judiciais ao Povo Tupinambá. Reafirma seu compromisso em continuar apoiando a luta justa do povo pela demarcação de seu território tradicional e conclama a sociedade nacional e internacional a se manifestar em defesa da causa Tupinambá e pela imediata libertação de seus líderes.

Brasília, 3 de junho de 2010.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MARINA SILVA SOFRE PRECONCEITO POR SER EVANGÉLICA

EVANGÉLICA NA POLÍTICA
Candidata Marina Silva fala sobre preconceito por ser evangélica
'Tenho identificado isso nos últimos 13 anos em função da minha posição espiritual, o que é muito estranho, as pessoas parecem que a priori já querem te rotular, me parece aí sim um viés de preconceito religioso', diz Marina Silva
Por Carlos Lima
25/04/2010 03:57h
Candidata Marina Silva fala sobre preconceito por ser evangélica A atuação de Marina Silva na questão ambiental e sua trajetória, de uma infância pobre em um seringal até o Congresso, costumam chamar a atenção da imprensa internacional.

Nesta semana, a revista britânica The Economist publicou um perfil sobre a pré-candidata, em que afirma que a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, é do tipo de político que ocasionalmente surge com princípios demais para uma disputa eleitoral em países como Brasil.

A imprensa americana já afirmou que Marina Silva, se eleita, seria a primeira mulher e primeira negra a presidir o Brasil. Questionada sobre essa bandeira, a pré-candidata disse que sempre se considerou negra, mas que essa discussão deve entrar "no conjunto das ações de um país como o Brasil, que tem o desafio histórico de reparar em relação aos negros e em relação aos índios".

Marina Silva, que é evangélica, disse que nunca foi alvo de preconceito por ser negra ou mulher, mas sim por sua religião.

"Nunca me senti sofrendo preconceito em função de ser negra ou ser mulher", afirmou. "Eu tenho identificado isso nos últimos 13 anos em função da minha posição espiritual, o que é muito estranho, as pessoas parecem que a priori já querem te rotular, me parece aí sim um viés de preconceito religioso."

Questionada sobre o papel de sua religião na disputa pela Presidência, a senadora disse que "o fato de ser cristão, evangélico ou católico, não significa que você queira utilizar a condição de agente público para promover qualquer credo religioso".

"O Estado brasileiro é um estado laico, e graças a esse Estado laico os evangélicos foram favorecidos. Agora, Estado laico não é Estado ateu, é exatamente para favorecer a posição de crentes e não-crentes", disse. BBC Brasil



Com informações do Estadão / Zero Hora

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Agradecimento especial

Não podemos deixar de registrar o carinho, a competência, presteza e zelo de todos os professores que participaram do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor, deste ano. Em destaque, os professores advindos de Alvorada - Rio Grande do Sul, que, acompanhados pela Secretária de Educação daquele município, não mediram esforços no sentido de transmitir dedicação, assiduidade, respeito, participação, enfim, caracterização do papel do professor, numa época de tanta descrença... A eles, os nossos melhores cumprimentos e um até breve, se Deus quiser.

Atenção... você que não entregou o CD com o texto completo...

Informamos ao pesquisador participante do III Seminário Preconceito na Fala, Preconceito na Cor, que não entregou o CD com o texto completo - 8 a 10 páginas - ao coordenador de mesa, fineza entrar em contato com a coordenação do Seminário ou enviar ao coordenador da mesa, por e-mail.
Serão recebidos apenas pelo e-mail preconceitonafalaenacor@bol.com.br ou no contato do seu coordenador de mesa (cf. programação do Seminário). Data-limite: 15 de junho de 2010.

terça-feira, 1 de junho de 2010

É bom tomar conhecimento...

Governo
Cérebro de piche
Vai pra casa, Padilha
O ministro racista: dos 70 milhões de negros e pardos, Pelé é o único digno de nota
Montagem sobre foto de Rogério Montenegro
e Ana Arújo
Surgiu mais um concorrente no campeonato de asneiras ditas pelos ministros do governo de Fernando Henrique Cardoso. A liderança pertencia a Iris Rezende, da Justiça, que disse que o "crime, às vezes, é inevitável". Na quinta-feira passada, foi a vez de Eliseu Padilha, dos Transportes, demonstrar seus talentos. Num seminário em Araçatuba, no interior de São Paulo, quiseram saber como estavam os investimentos em estradas e Padilha, sem humor para admitir que nada tem para oferecer aos motoristas que sofrem com excesso de buracos e falta de conservação, saiu-se com uma boçalidade: "No Brasil existem dois pretos que são admirados por todos. Um é o Pelé, que é o nosso rei de sempre. O outro é o rei asfalto. Todo mundo gosta do asfalto. É o preto que todo mundo gosta". Quer dizer: a população brasileira, na qual 45% se consideram pretos ou pardos nos questionários do IBGE, só gosta de dois pretos -- dos quais apenas um é gente, enquanto o outro serve para pisar ou para passar com o carro em cima.
No dia seguinte, em viagem pelo Chile, Padilha ligou para o ministro Pelé, dos Esportes, para tentar confundir seu colega. Falando com Pelé, mas tratando-o na terceira pessoa, o ministro saudoso da escravidão disse ao telefone: "Não tive nenhuma intenção pejorativa ou de racismo. O Pelé e o asfalto são valores que o povo brasileiro estima". Quer dizer: no coração do ministro, o asfalto é mesmo camisa 10. "Não se preocupe. Entendi que não foi essa a sua intenção", disse Pelé, para encerrar logo o assunto.
"Sou mulato" -- Padilha convocou uma reunião com entidades que representam os negros para esta terça-feira e também fez questão de dizer que descende de negros. "Sou mulato. Minha mãe descende de europeus, mas meu pai tem ascendência negra", explica. Será que, na cabeça do ministro, isso quer dizer que ele tem asfalto correndo nas veias ou piche no cérebro? "O ministro teve a intenção de elogiar Pelé e o asfalto. Mas acabou desqualificando toda a população negra", afirma Dulce Pereira, da Fundação Palmares, do Ministério da Cultura. "Esse ministro pisou fundo", constata Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Titirica, autor de uma música grosseira que foi retirada das lojas porque fazia piadas racistas. "Ele não é humorista nem palhaço como eu para fazer graça", diz Tiririca, sugerindo que o ministro talvez tenha errado de profissão. Espera-se que, na reunião com as entidades negras, Padilha não explique demais a sua declaração. Pode sofrer um surto e acabar dizendo que "o negro, às vezes, é asfalto".

Gerson Camarotti