domingo, 25 de setembro de 2011

FALHA NA DIPLOMACIA - Embaixada não sabia do desligamento de estudante da UFMT



FALHA NA DIPLOMACIA

Embaixada não sabia do desligamento de estudante da UFMT

A Embaixada do país africano já contatou a família do rapaz
A Embaixada do país africano já contatou a família do rapaz
INARA FONSECA   17h45
DA REDAÇÃO

A diplomacia de Guiné Bissau não tinha conhecimento do desligamento do jovem de 27 anos, Toni Bernardo da Silva, do corpo discente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O RepórterMT conversou por telefone, na tarde desta sexta-feira (23), com Jorge Luis Mendes, primeiro-secretário da Embaixada da República da Guiné-Bissau, que informou sobre o trabalho desempenhado pelo órgão, desde o assassinato do estudante do país africano, envolvido em uma briga nesta madrugada (23) no bairro Boa Esperança.

"Através do falecimento, nós soubemos que ele foi desvinculado da Universidade. A embaixadora já contatou a família do rapaz em Guiné Bissau e o governo do país. Estamos apenas aguardando a versão oficial para sabermos em que circunstância ocorreu o assassinato", afirmou Jorge Luis Mendes.

De acordo com o assessor do programa de Relações Internacionais da UFMT, professor Paulo Teixeira, a Universidade tinha conhecimento do envolvimento de Toni com drogas e tentou ajudá-lo dentro dos limites da Instituição. Em fevereiro deste ano, após envolvimento com a polícia e baixo desempenho acadêmico, Toni Bernardo foi desligado da UFMT.

"Ele foi desvinculado por não ter cumprido as cláusulas do convênio. Na ocasião, nós avaliamos que a melhor situação seria de fato que ele fosse desligado para evitar que acontecesse o que aconteceu. Nós avaliamos que ele corria esse risco", afirmou Paulo Teixeira.

Segundo o professor, o Itamaraty (Ministério das Relações Internacionais) e a Polícia Federal foram informados da decisão da Universidade. "Foi comunicado ao Itamaraty e a Polícia Federal. A partir deste momento não tínhamos mais responsabilidade sob o aluno", disse Paulo Teixeira.

O cônsul de Guiné Bissau, Tcherno Ndjai, em conversa com RepórterMT por telefone, lamentou o ocorrido e atentou para a forma estranha que sucedeu a morte de Toni Bernardo.

"Mesmo que ele estive drogado, nada justifica fazer justiça com as próprias mãos. Mais agravante ainda é ter a presença de autoridades (referindo-se aos policiais militares presentes na hora do crime). É preciso uma investigação para saber o que realmente aconteceu, avaliar se não foi um crime racial", afirmou o cônsul.

De acordo com informações da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o jovem foi assassinado pelo empresário Sérgio Marcelo da Costa, 27 anos, filho de um delegado da Polícia Civil aposentado, e imobilizado pelos policiais militares Higor Marcel Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos.

Em 2006, Toni Bernardo da Silva saiu de Guiné Bissau, na África, para estudar Economia na UFMT. O jovem veio para o Brasil através do programa desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) PEC-G. Com o convênio, Toni era mantido pelo governo federal, sendo responsabilidade da Universidade assistir ao estudante.

Mobilização
Indignados com a morte de Toni Bernardo da Silva, estudantes da UFMT se reunirão hoje (23), às 18h, em frente ao bloco de direito com o objetivo de avaliarem o que é possível ser feito frente ao assassinato.

"Para além da questão da amizade, precisamos discutir o despreparo dos policiais militares e atuação da universidade que tirou o corpo fora", afirmou Lehu Wanio, integrante do movimento estudantil.

Confira também:

Estudante africano é espancado por filho de delegado; PMs levam a culpa

IX Seminário da francofonia : vozes e imagens da diversidade e o I Colóquio de Literatura Comparada e Diversidade Cultural

IX Seminário da francofonia : vozes e imagens da diversidade  e o I Colóquio de Literatura Comparada e Diversidade Cultural
 
A literatura de ficção, na tradição de um feliz realismo que, desde o século XIX,  assume por « missão revelar a complexidade humana que se esconde sob as aparências de simplicidade », na contraposição da tecnociência  que busca « dissolver a  complexidade das aparências para revelar a simplicidade oculta  da realidade  » (MORIN),  é também responsável pela difusão de estereotipias negativas que congelaram no tempo as representações do ”Outro” (Negro, Índio, Mestiço, Árabe, Camponês...). No entanto, a reversão da imagem do Outro tem se tornado cada vez mais não apenas visível, mas também audível, com o aparecimento na cena narrativa de personagens representativos de etnias, raças, gênero, categorias... O que nos leva a perguntar : “Se tudo o que o mundo social fez o mundo social mesmo pode desfazer” (Bourdieu), a literatura de ficção, em grande parte responsável pela difusão e amplificação de imagens estereotipadas do “Outro,  pode se tornar um instrumento de desconstrução ou desmistificação dessa mesma estereotipia, e assim contribuir para o surgimento de uma nova mentalidade? Pode a literatura de ficção, apreendida numa abordagem comparativista ajudar na formação de uma cultura de paz ao possibilitar o conhecimento de outras culturas? Para tentar encontrar respostas para estas e outras questões é que lhes convidamos para a troca de experiências com pesquisadores de várias partes do mundo que, em quatro línguas (francês, inglês, português e espanhol) se reunirão no período de 7 a 10 de dezembro de 2011, no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, dentro das atividades do IX Seminário da Francofonia: vozes e imagens da diversidade e do I Colóquio de Literatura Comparada e Diversidade Cultural, que,  de modo transdisciplinar estarão sendo organizados pelo Núcleo de Estudos em Literaturas e Culturas franco-afro-americanas e pelo Curso de Especialização Vozes da Francofonia em Língua Francesa e Literaturas Francófonas da UEFS. Para maiores informações,  humbert_oliveira@yahoo.com.br coloca-se ao inteiro dispor.

Mais detalhes nos arquivos em anexo.





3 de 3 arquivo(s)
 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Em fevereiro.2012, a Profa. Antonia Santos estará na USP - DISCURSO E CONTRARIEDADES NA FALA E NA (DES)IGUALDADE NO BRASIL

   Título:
    DISCURSO E CONTRARIEDADES  NA FALA E NA (DES)IGUALDADE
    NO BRASIL

    Resumo:
    A língua e as linguagens constroem e reconstroem manifestação
    e textos de diversas naturezas que repercutem a identificação e
    a mudança de hábitos preconceituosos. Como é sabido, há muito
    preconceito no que se refere às variedades lingüísticas
    decorrentes das diferenças que são impregnadas na mente e nos
    sentimentos das pessoas, capazes de fazerem parte do seu modo de
    ser e de viver. No contexto das relações de poder e de
    dominação, percebem-se fatores distintivos e segregadores que
    foram transformados em maneiras de hierarquização dos
    indivíduos, bem como ao seu grupo e povo. Neste sentido,
    pretende-se apresentar, neste trabalho, um quadro comparativo
    entre formas de textos escritos e de fala, numa diversidade de
    eventos comunicativos no Brasil do século XIX

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

CONVITE - Seminário A pessoa negra com deficiência: A história que a Bahia esqueceu de contar


CONVITE

Temos a honra de convidá-la (o) para participar do Seminário A pessoa negra com deficiência: A história que a Bahia esqueceu de contar, a realizar-se no dia 21 de setembro no auditório do 3- andar da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris), das 08:30h às 18:00 h, com entrada franca e certificado de participação. O evento marca as comemorações do Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e contará com palestras do Prof. Ubiratan Castro (Historiador e Diretor da Fundação Pedro Calmon), Maísa Flores (Coordenadora da SERIN) e Ednilson Sacramento (Coordenador de Comunicação da ARCCA). Informações e inscrições: arccaseminario@gmail.com ou diretamente no local do evento.

Tel.: 71-3499-3242
Contamos com a sua presença.
>
> Associação para Inclusão à Comunicação, Cultura e Arte - ARCCA
> Associação Baiana de Deficientes Físicos - ABADEF
> Associação de Amigos e Pais de Pessoas com Síndrome de Rett - ARETT
> Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência de Salvador - FCD-SSA

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não gosto de mulheres negras, não darei senhas para vocês' diz promotor da Bienal do Livro

Assunto: : Não gosto de mulheres negras, não darei senhas para vocês' diz promotor da Bienal do Livro


 Não gosto de mulheres negras, não darei senhas para vocês' diz promotor da Bienal do LivroDate: 


Subject: Não gosto de mulheres negras, não darei senhas para vocês' diz promotor da Bienal do Livro Date: 


Lamentável o fato... Não podemos deixar passar impune e ileso este tipo de atitudes... Devemos repudiar e denunciar até que todos se conscientizem que temos os mesmos direitos.
TG




Alunos da Escola Estadual Guilherme Briggs, em Santa Rosa, Zona Sul de Niterói, sentiram na pele, na tarde da última segunda-feira, a dor do preconceito racial, que supostamente para muitos não ocorreria mais em nosso país, muito menos nas dependências de uma feira literária, onde nossa cultura é expressada das mais variadas formas, nas páginas publicadas por inúmeras editoras. Preconceito e injúria racial são crimes passíveis de prisão, no artigo 9º da Lei 7716/89.
De acordo com a diretora da escola, Alcinéia de Souza, o fato entristeceu e chocou os alunos da unidade, uma das mais conhecidas do município, foi registrado ontem da Delegacia Legal de Icaraí (77ª DP), e formalmente encaminhado à Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
De acordo com a diretora do estabelecimento de ensino, na tarde de segunda-feira ela levou um grupo de 45 alunos que cursam o Ensino Médio da escola até a Bienal do Livro 2011, que se realiza no pavilhão do Riocentro, na Zona Oeste do Rio. No local, entusiasmados os alunos, com idades entre 15 e 17 anos, se espalharam para apreciar os vários estandes. Segundo os alunos e a diretora, num deles da Editora Abril ocorria uma promoção, onde eram distribuídos uma espécie de senha para que os jovens prestigiassem a tarde de autógrafos do ator e apresentador Rodrigo Faro. Entusiasmadas, duas alunas do colégio, de 16 e 17 anos, se dirigiram até um dos promotores, inicialmente identificado apenas como "Pedro" ou "Roger" - no intuito de conseguir uma das senhas. Do promotor as alunas ouviram (incrédulas) insultos do tipo: "Não vamos dar a senha porque vocês são pretas do cabelo duro", e também "não gosto de mulheres negras, por isso não darei senhas para vocês". Segundo uma das alunas, indignada com a ofensa ainda tentou argumentar com o promotor - "isso é um tipo de bullying, e pode te trazer problemas". Com resposta o promotor rebateu, afirmando que isso não daria problema nenhum para ele".
nao gosto de cabelos duros - racismo na bienalComo o grupo estava espalhado pelo pavilhão de exposições, a diretora da escola afirmou que só tomou conhecimento do fato quando os alunos já estavam deixando o evento. Revoltada, Alcinéia retornou ao estende da Editora Abril, à procura do responsável pela representação da empresa, que de acordo com ela pediu-lhe desculpas (omitindo a identificação do promotor) e alegando que tomaria providências. "Sentindo-se humilhada, uma das alunas disse que sequer conseguiu dormir de segunda para terça-feira", explicou Alcinéia, que no início da tarde de ontem, acompanhada dos alunos, pais, e de um advogado (que também é professor da unidade), José Carlos de Araújo, registrou queixa de crime de Injúria e Preconceito Racial na 77ª DP. A distrital encaminhou o procedimento para a Delegacia Legal do Recreio dos Bandeirantes (42ª DP).
"Ensinamos os princípios da cidadania para os alunos, explicando inclusive que independe de quem sejam, e agora ele passam por uma experiência terrível dessas ? Os alunos da escola estão chocados com o que aconteceu. Fiz questão de comparecer junto com os pais desses estudantes na DP para relatar esse triste fato. Esses estudantes são como filhos pra mim", disse Alcinéia. "Em pleno século XXI isso ainda acontece em nosso país. Esse fato não se esgota na esfera criminal. Não desejamos isso para nosso país", disse José Carlos de Araujo, que junto com a diretora, os alunos, e com a cópia do registro levou também ontem o fato ao conhecimento da Secretaria Estadual de Assistência Social de Direitos Humanos para que providências sejam tomadas.
Representantes da Editora Abril não retornaram as ligações da redação.
Fonte: A Tribuna RJ