terça-feira, 22 de março de 2011

Preciosidade paleográfica - século XIX


Publicação de A Estatística da Imperial Província de São Paulo, documento de 1827 da Biblioteca Mindlin, descreve o patrimônio paulista natural e humano no século 19


URL: agencia.fapesp.br/13608 Especiais

Preciosidade paleográfica

22/3/2011



Por Mônica Pileggi



Agência FAPESP – Quando o príncipe dom Pedro de Alcântara proclamou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, o que atualmente se conhece por estados eram províncias do novo Império.



Criado o estado independente chamado Império do Brasil, era necessário fazer um balanço – do território e do patrimônio natural e humano – para saber o que havia restado da colonização e seguir adiante com a construção de um país.



A Estatística da Imperial Província de São Paulo é resultado desse levantamento, preparado em 1827 a pedido da Assembleia Geral. Na época, a província de São Paulo incluía o que é hoje o Estado do Paraná.



A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) reuniu em uma única publicação a versão fac-similar do manuscrito, assim como sua transcrição paleográfica – forma antiga de escrita – e a transcrição moderna.



De acordo com Plínio Martins Filho, diretor-presidente da Edusp, a ideia do projeto, que teve apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações, surgiu há cerca de seis anos com o bibliófilo e empresário José Mindlin (1914-2010).



“Essa foi uma das últimas sugestões de Mindlin, junto com as edições da Bibliographia Brasiliana e de Ciência, História e Arte: Obras Raras e Especiais do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que também foram publicadas pela Edusp”, disse à Agência FAPESP. Essas outras obras também tiveram apoio FAPESP para publicação.



Martins Filho explica que o motivo de produzir uma edição fac-similar vai além de sua importância histórica. “Na questão estética, a obra revela a caligrafia cursiva, que é muito bonita. Além disso, a cópia do documento original permite ao pesquisador conferir a transcrição paleográfica direto na fonte, sem a necessidade de ir à biblioteca”, explicou.



Já os não estudiosos da paleografia, mas interessados nos dados geográficos, históricos, políticos e econômicos, entre outros aspectos levantados pelos autores, podem contar com a transcrição moderna, uma espécie de tradução do português do século 19 para a linguagem atual.



Membros da estatística



Embora o manuscrito tenha sido originalmente produzido por sete pessoas, apenas uma delas teve seu nome destacado na página de rosto, o tenente-coronel José Antônio Teixeira Cabral.



Cartógrafo e engenheiro, sua participação no documento não foi a mais significativa, segundo Martins Filho. Assim como Cabral, o padre-mestre Francisco de Paula e Oliveira também teve colaboração tímida, porém importante, descrevendo o contexto histórico.



Os demais membros responsáveis pelo original da obra são o tenente-general José Arouche de Toledo Rendon, morto sete anos após a produção do relatório, que fez o levantamento territorial de São Paulo. Por ser advogado, descreveu as normas de distribuição das terras, conhecidas como sesmarias.



Os recursos minerais da região, entre outros aspectos do país, foram explorados pelo padre-mestre Manoel Joaquim do Amaral Gurgel. Outro sacerdote a contribuir com o documento foi José Antônio dos Reis ao coletar os dados do setor agropecuário.



Parte dos recursos hídricos e dos recursos naturais foi levantado por Candido Gonçalves Gomide. Um dado curioso descrito no documento é sobre o rio Tietê: “As margens do Tietê abundam de soberbo arvoredo e de muitas e ótimas frutas silvestres. Cria copiosíssimo e delicioso peixe e, entre outras espécies, há: dourados, saupés, pacus, piracanjubas, surubins, piracambucus, jaús e piraquaxiaras, algumas de duas arrobas”. Cenário inimaginável para os atuais habitantes da capital paulista com o poluído rio que corta a metrópole.



Joaquim Floriano de Toledo foi um dos que mais atuaram no manuscrito ao abordar a região costeira da província paulista. Toledo faz também um relato da organização política, assim como a relação entre a igreja e o Estado de uma das mais importantes províncias do Brasil Império.



A Estatística da Imperial Província de São Paulo

Autor: José Antônio de Teixeira Cabral

Lançamento: 2010

Preço: R$ 120

Páginas: 440

Mais informações: www.edusp.com.br

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lançamento - Coleção História Geral da Àfrica

Curso de Formação para Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira

Curso de Formação para Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, tendo como alvo profissionais de educação básica (professores e gestores). O curso terá carga horária de 180 horas durante o período de seis meses.


Os interessados deverão preencher o formulário disponível no site (www.moodle.ufba.br), até dia 31 de março, imprimir e entregar junto com a documentação solicitada no Pólo UAB- São Sebastião do Passé, que são: Cópia do RG; Cópia do CPF; Comprovante de residência; título de eleitor; reservista (candidatos do sexo masculino); Diploma de Graduação com Histórico Escolar e para Professores (as) comprovante de atuação docente (contra-cheque atual ou declaração assinada pela instituição).





segunda-feira, 14 de março de 2011

Curso de danças africanas no CEAO




CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais





Curso de danças africanas no CEAO



No dia 5 de abril, primeira aula, será aberta ao público







Intitulado de "Rituais Dançantes do Oeste da África”, o curso será ministrado pela professora e coreógrafa Stephanie Bangoura e trará uma abordagem híbrida da cultura musical africana com seus ritmos, cantos e danças. O hibridismo se dá através da junção com elementos de Pilates, Gyrokinesis e Dunham que prepara o corpo de forma efetiva e cuidadosa, ao mesmo tempo cultiva a tradição africana, onde a repetição dos movimentos cíclicos incorpora a vibração dos toques do tambor.



O fluxo entre as linguagens musicais e dançantes leva a um estado de profundo relaxamento e a uma concentração apurada, possibilitando um entendimento energético do conjunto – ritmo, canto e dança – com impacto comunicativo multidimensional do som e da terra a todos os elementos, os ancestrais, com o outro e consigo mesmo. No curso, três arquetípicos são representados pelos seguintes ritmos e danças: Sabar (Senegal), Doundoumba (Guiné) e Yanvalou (Haiti).



Os três rituais dançantes funcionam como liberação, fortalecimento e transformação, fundamentados e elaborados por meio do Body Percussion, pelas imagens interiores e afirmações poéticas.



PERFIL – Stephanie Bangoura nasceu na Alemanha e é formada em educação física, rítmica e dança criativa. Há 18 anos estuda e convive com as danças africanas em Dakar (Senegal), Paris (França), Nova York (EUA), Havana (Cuba) e Salvador (Brasil). Atualmente, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia. Ela pesquisa a dança afro-contemporânea e desenvolve uma metodologia baseada nas tradições do Oeste da África que se complementa com pedagogia e técnicas pós-modernas.



As aulas terão a participação das percussionistas Gabi Guedes e Jorgelina Oliva.




Serviço




Curso de Danças Africanas – "Rituais Dançantes do Oeste da África”



Quando: Terças e quintas-feiras, das 18h30 às 20h.



Início da aula: 5 de abril de 2011.



Onde: CEAO/UFBA.



Inscrições: Secretaria CEAO, das 14h às 17h.



Investimento: R$ 120,00.



Mais informações: (71) 3283-5502 / 3322-6742.



Música Popular e Política na América Latina

Cátedra UNESCO Memorial da América Latina comunica que estão abertas as inscrições para o Curso de Extensão


Música Popular e Política na América Latina



Docente :



As aulas serão ministradas por Waldenyr Caldas , professor da ECA - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - USP, onde leciona as disciplinas Realidade Sociopolítica Brasileira e Teoria da Comunicação.



Duração :



Será realizado no período de 19 de março a 2 de julho de 2011 (14 aulas, com carga horária de 42 horas-aula), aos sábados pela manhã, das 9 às 12 horas, no Anexo dos Congressistas / CBEAL - Memorial da América Latina, Metrô Barra Funda, São Paulo, Capital.



Público-alvo :



Destinado aos estudantes de ciências humanas, sociais e políticas, músicos, acadêmicos, historiadores e aos cidadãos interessados em melhor conhecer a realidade sociopolítica e cultural do nosso continente.



Inscrições :



No valor de R$ 250,00 (taxa única). Devem ser efetuadas pessoalmente, de segunda à sexta , das 10 às 18 horas, no Anexo dos Congressistas / CBEAL - Memorial da América Latina. Vagas limitadas. Serão concedidos certificados aos alunos com presença igual ou superior a 75% da carga horária. Caso não se atinja o número mínimo das inscrições necessárias para a sua realização, o curso poderá ser cancelado (nesse caso, a taxa de inscrição será devolvida integralmente).



Conteúdo programático e informações adicionais :



Poderão ser obtidos no site www.memorial.sp.gov.br , ou pelo e -mail : cursos@memorial.sp.gov.br e telefone (11) 3823-4780.



FUNDAÇÃO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA



Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Metrô Barra Funda – São Paulo, SP

















Att,





Divisão de Cursos e Seminários

Centro Brasileiro de Estudos da América Latina - CBEAL

Fundação Memorial da América Latina

Tel: (55-11) 3823-4780 / Fax.: (55-11) 3823-4798

email: cursos@memorial.sp.gov.br





domingo, 6 de março de 2011

Ecos da escravidão « CartaCapital


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Ecos da escravidão
Cynara Menezes3 de março de 2011 às 9:25h
Nunca o fosso entre a segurança de brancos e negros foi tão grande no Brasil. Enquanto o número de assassinatos de uns cai, o dos outros segue em alta
No anúncio de tevê feito para atrair turistas pelo governo da Bahia, o menino dizia que, quando crescesse, queria ser capoeirista como o pai. Por volta das 10 da noite de 21 de novembro do ano passado, Mestre Ninha, pai de Joel da Conceição Castro, chamou os filhos para dentro de casa, no instante em que a polícia fazia uma incursão pelo bairro onde mora a família, Nordeste de Amaralina, um dos mais violentos de Salvador. Segundos depois, o garoto foi atingido por uma bala perdida e morreu. Tinha 10 anos de idade.
A história do menino que não realizou seu sonho por não ter crescido, infelizmente, não é exceção. Como ele, cerca de outras 50 mil crianças, jovens e adultos, morrem vítimas de assassinato todos os anos no País, brancos e negros. Mas negros, como Joel, morrem em proporção muito maior. E o pior: a diferença tem aumentado nos últimos anos. Em 2002, foram assassinados 46% mais negros do que brancos. Em 2008, a porcentagem atingiu 103%. Ou, em outras palavras, para cada três mortos, dois tinham a pele escura. Quem maneja os dados preliminares de 2009 diz que a situação piorou ainda mais.
Não bastasse, os crescentes investimentos em segurança pública feita pelos estados e pela União parecem ter beneficiado, como de costume, a “elite branca”, como definiu o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo. Entre 2002 e 2008, o número de brancos assassinados caiu 22,3%. A morte de negros cresceu em proporção semelhante: os índices foram 20% maiores, em média. Em algumas unidades da federação, os números se aproximam de características de extermínio: na Paraíba, campeã dessa triste estatística, são mortos 1.083% (isso mesmo) mais negros do que brancos. Em Alagoas, 974% mais. E na Bahia, a terra do menino Joel, os assassinatos de negros superam em 439,8% os de brancos.
*Confira este conteúdo na íntegra da edição 636, já nas bancas.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Dia da Mulher Angolana

Hoje é Dia da Mulher Angolana


Angop

A mulher desempenhou sempre um papel de destaque no processo de libertação do país

Luanda - O dois de Março é dia consagrado à mulher angolana, em reconhecimento ao seu papel desempenhado na luta de resistência do povo angolano contra a ocupação colonial portuguesa.
A efeméride, de particular importância, não só para as mulheres, mas também para os restantes membros da sociedade, deve-se ainda ao reconhecimento por si prestado e que, com coragem, determinação e com o preço das suas vidas, contribuíram para que Angola fosse hoje um país livre e independente.
A mulher angolana desempenhou sempre um papel de destaque no processo de libertação do país, com exemplos representativos dos feitos heróicos da rainha NJinga Mbandi, num passado longínquo, e de Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos, Teresa Afonso, Lucrécia Paím e outras anónimas.
Este ano, as mulheres angolanas são exortadas a transformarem as comemorações da data numa jornada de reflexão, que permita um debate sadio e construtivo, tendo em vista a busca de soluções consensuais para os seus problemas.
Assim, considera-se imprescindível que o Estado continua a apoiar à luta pela erradicação de atitudes que contrastem com a importância do papel social da mulher ou que violem os seus direitos individuais e colectivos, criando condições para a sua protecção.
No caso vertente da República de Angola, e não obstante as conquistas alcançadas, há a consciência de que a mulher angolana continua ainda a enfrentar inúmeros problemas para a sua plena emancipação.

O alto grau de analfabetismo que grassa no seio das mulheres, a desigualdade nas oportunidades de emprego e de ascensão socio-profissional, a persistência da violência no lar, que atinge essencialmente as mulheres e os filhos, são alguns dos muitos problemas para os quais a sociedade civil deverá prestar uma atenção especial.
A data, de relevante importância para o povo angolano, comemora-se num momento em que se consolida a paz, a reconstrução nacional, se começa a dar os primeiros frutos e a sociedade caminha, de forma irreversível, para um maior equilíbrio do género em todos os níveis da estrutura social e do Estado.

A Organização da Mulher Angolana (OMA), criada em 1962 como ala feminina do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), teve uma influência crucial no apoio às forças guerrilheiras dentro e fora de Angola.

Fonte: Agencia Angola press