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Blog para apresentar, discutir e comentar sobre as diferentes manifestações de preconceito na fala.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
SALVE O RIO SÃO FRANCISCO E SEUS POVOS!
terça-feira, 26 de abril de 2011
Lançamento do livro Lições de Abril, de América Cesar
Lançamento do livro Lições de Abril, de América Cesar
Obra aborda os famosos embates na aldeia de Coroa Vermelha a partir de ponto de vista situado entre a Etnografia e a História
O quê: Lançamento do livro Lições de Abril, de América Cesar
Quando: 29 de abril de 2011, sexta-feira, às 18 horas
Onde: Auditório do PAF 3 (Campus de Ondina – UFBA)
Preço do livro: R$ 35,00
Preço promocional de lançamento: R$ 25,00
Informações técnicas
ISBN: 978-85-232-0759-5
Número de páginas: 236
Formato: 17 x 24 cm
Ano: 2011
--
EDUFBA - Editora da Universidade Federal da Bahia
Assessoria de Comunicação
Laryne Nascimento
Telefone e fax: (71) 3283-6160
www.edufba.ufba.br | imprensaedufba@ufba.br
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Pastas de direitos humanos, mulheres e negros sofrem com caixa minguado'
O status de ministério ficou apenas no nome de quem ocupa o cargo. As secretarias especiais, criadas no governo Lula para garantir aplicação de recursos em áreas sensíveis, amargam desde 2003 a falta de dinheiro em caixa. Neste ano, as três pastas juntas — Direitos Humanos, Políticas para Mulheres e Igualdade Racial — terão R$ 431 milhões para gastar. O valor é 30% menor que o orçamento, por exemplo, do Ministério da Pesca, órgão com a menor destinação de recursos na lei orçamentária —- R$ 553 milhões — e que passou longe da disputa dos partidos por cargos.
Além de limitados, os orçamentos das secretarias especiais sofrem todos os anos com o contingenciamento. “A liberação dos recursos é toda no fim do ano. O que acontece é que as pastas não conseguem nem gastar. Os programas sociais não param, precisam de dinheiro o ano todo”, destaca a especialista em segurança pública e gênero Eliana Graça, que critica a transparência da aplicação de verba. “Grande parte dos projetos são feitos por prefeituras e organizações não governamentais, sendo que muitos convênios são aprovados sem análise técnica e sem acompanhamento”, destaca a especialista.
No ano passado, dos R$ 239,3 milhões previstos para ações de direitos humanos no país, apenas R$ 191,2 milhões foram pagos. O que significa dizer que o governo investiu menos de R$ 1 por brasileiro nessa área. A pasta é responsável por programas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, proteção de pessoas ameaçadas, ações de acessibilidade e de defesa dos idosos.
Os cortes no orçamento deste ano também já afetaram as secretarias. A execução nas três pastas está abaixo de 10%, sendo que o pior índice está registrado na Secretaria de Políticas de Igualdade Racial, que gastou menos de 3%. A pasta de Direitos Humanos executou 4% do orçamento previsto para este ano.
Mesmo Dilma Rousseff tendo garantido prioridade para a infância no seu governo, até agora não houve novos investimentos no enfrentamento da violência sexual contra crianças e jovens. Apesar dos R$ 12,3 milhões disponíveis para a ação, menos de 1% está empenhado e nada foi pago. O Programa Nacional de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei (Pró-Sinase) também não teve aporte de recursos. Os dados são de um estudo preparado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) com a série histórica de gastos dessas secretarias, que compõem o orçamento social do governo.
“Há um aumento nos recursos das secretarias em geral por conta da pressão dos movimentos por emendas no Congresso, mas a verba ainda está muito aquém do ideal para os temas. É impossível combater o problema da violência contra a mulher, por exemplo, com R$ 35 milhões. Chega a ser ridículo”, afirma Eliana.
Muito a fazer
A Secretaria Especial da Mulher começou 2003 com R$ 33,8 milhões, quando teve uma execução de R$ 5,6 milhões, e chegou, no ano passado, a R$ 109 milhões, com R$ 96,1 milhões gastos. Além da violência, a secretaria tem, entre as atribuições, a elaboração de políticas públicas de gênero, incluindo ações de incentivo ao empreendedorismo e melhorias nas condições de trabalho.
A Igualdade Racial tem o pior cenário. Dos R$ 94 milhões autorizados no orçamento deste ano, pouco mais de R$ 2,2 milhões foram gastos até agora, sendo que R$ 2,1 milhões são voltados para o pagamento de despesas administrativas. O restante — menos de R$ 100 mil — foi investido no programa Brasil Quilombola e em ações de promoção de políticas afirmativas. O governo passado estabeleceu uma agenda para a assistência das 1.739 comunidades remanescentes de quilombos. O projeto era atender, até o fim do ano passado, essas áreas, localizadas em 330 municípios de 22 estados brasileiros.
“Ainda estamos muito longe de colocar esses temas como prioritários ou dentro de uma política transversal, como prevê a lei. Igualdade Racial, Mulheres e Direitos Humanos não estão, de fato, agregadas ao núcleo duro do governo”, critica Eliana. O Correio entrou em contato com as secretarias e não obteve retorno.
Mais uma
O governo Dilma anunciou a criação de uma estrutura nova: a Secretaria Especial de Aviação civil, ligada à Presidência da República. A pasta, que também tem status de ministério, será responsável por articular políticas para os aeroportos brasileiros. A intenção é reduzir a possibilidade de colapso na aviação civil durante eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. A estrutura atual da Esplanada é composta por 37 ministérios.
Além de limitados, os orçamentos das secretarias especiais sofrem todos os anos com o contingenciamento. “A liberação dos recursos é toda no fim do ano. O que acontece é que as pastas não conseguem nem gastar. Os programas sociais não param, precisam de dinheiro o ano todo”, destaca a especialista em segurança pública e gênero Eliana Graça, que critica a transparência da aplicação de verba. “Grande parte dos projetos são feitos por prefeituras e organizações não governamentais, sendo que muitos convênios são aprovados sem análise técnica e sem acompanhamento”, destaca a especialista.
No ano passado, dos R$ 239,3 milhões previstos para ações de direitos humanos no país, apenas R$ 191,2 milhões foram pagos. O que significa dizer que o governo investiu menos de R$ 1 por brasileiro nessa área. A pasta é responsável por programas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, proteção de pessoas ameaçadas, ações de acessibilidade e de defesa dos idosos.
Os cortes no orçamento deste ano também já afetaram as secretarias. A execução nas três pastas está abaixo de 10%, sendo que o pior índice está registrado na Secretaria de Políticas de Igualdade Racial, que gastou menos de 3%. A pasta de Direitos Humanos executou 4% do orçamento previsto para este ano.
Mesmo Dilma Rousseff tendo garantido prioridade para a infância no seu governo, até agora não houve novos investimentos no enfrentamento da violência sexual contra crianças e jovens. Apesar dos R$ 12,3 milhões disponíveis para a ação, menos de 1% está empenhado e nada foi pago. O Programa Nacional de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei (Pró-Sinase) também não teve aporte de recursos. Os dados são de um estudo preparado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) com a série histórica de gastos dessas secretarias, que compõem o orçamento social do governo.
“Há um aumento nos recursos das secretarias em geral por conta da pressão dos movimentos por emendas no Congresso, mas a verba ainda está muito aquém do ideal para os temas. É impossível combater o problema da violência contra a mulher, por exemplo, com R$ 35 milhões. Chega a ser ridículo”, afirma Eliana.
Muito a fazer
A Secretaria Especial da Mulher começou 2003 com R$ 33,8 milhões, quando teve uma execução de R$ 5,6 milhões, e chegou, no ano passado, a R$ 109 milhões, com R$ 96,1 milhões gastos. Além da violência, a secretaria tem, entre as atribuições, a elaboração de políticas públicas de gênero, incluindo ações de incentivo ao empreendedorismo e melhorias nas condições de trabalho.
A Igualdade Racial tem o pior cenário. Dos R$ 94 milhões autorizados no orçamento deste ano, pouco mais de R$ 2,2 milhões foram gastos até agora, sendo que R$ 2,1 milhões são voltados para o pagamento de despesas administrativas. O restante — menos de R$ 100 mil — foi investido no programa Brasil Quilombola e em ações de promoção de políticas afirmativas. O governo passado estabeleceu uma agenda para a assistência das 1.739 comunidades remanescentes de quilombos. O projeto era atender, até o fim do ano passado, essas áreas, localizadas em 330 municípios de 22 estados brasileiros.
“Ainda estamos muito longe de colocar esses temas como prioritários ou dentro de uma política transversal, como prevê a lei. Igualdade Racial, Mulheres e Direitos Humanos não estão, de fato, agregadas ao núcleo duro do governo”, critica Eliana. O Correio entrou em contato com as secretarias e não obteve retorno.
Mais uma
O governo Dilma anunciou a criação de uma estrutura nova: a Secretaria Especial de Aviação civil, ligada à Presidência da República. A pasta, que também tem status de ministério, será responsável por articular políticas para os aeroportos brasileiros. A intenção é reduzir a possibilidade de colapso na aviação civil durante eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. A estrutura atual da Esplanada é composta por 37 ministérios.
Fonte: Correio Braziliense
Raça entre classe e espaço: questões sobre a experiência das cotas raciais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
O Laboratório de Investigações em Desigualdades Sociais - LIDES, juntamente com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - PPGCS, o Programa A Cor da Bahia e o Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO, convidam a todos para a palestra ‘Raça entre classe e espaço’, a ser proferida pelo antropólogo André Cicalo, no dia 29 de abril, às 9:00, na sala de aula do LIDES, localizada no campus de São Lázaro. |
Raça entre classe e espaço:
questões sobre a experiência das cotas raciais
na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A pesquisa do antropólogo André Cicalo tem por intenção debater, do ponto de vista etnográfico, como "raça” emerge entre discursos de "classe” e "espaço” na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Por determinação de lei específica, tal universidade introduziu cotas raciais com o intuito de favorecer o ingresso de estudantes auto-declarados "negros”. Nesse contexto, uma pergunta que se continuou a fazer é se o racismo pode ser enfrentado através de medidas que parecem reforçar, na coletividade, a noção de diferenças raciais. Na apresentação aqui proposta, Cicalo argumenta que a diversidade social produzida pelas cotas na UERJ acaba refletindo, mais ou menos fielmente, as tensões sociais e raciais do espaço urbano, ao mesmo tempo em que mostra caminhos interessantes para negociar os contrastes aí presentes.
André Cicalo atualmente realiza seu pós-doutorado no Instituto de Estudos Latinoamericanos da Freie Universität de Berlim. Possui doutorado em Antropologia Social pela Universidade de Manchester, Inglaterra, onde realizou uma pesquisa sobre ações afirmativas e desigualdades raciais no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, com uma etnografia focada na implementação do sistema de cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Racismo no futebol

Atos racistas contra jogadores brasileiros ganham mais repercussão quando ocorrem no exterior, indica estudo
Especiais
Racismo no futebol
15/4/2011 Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Atos racistas, como os que tiveram como alvos os jogadores Roberto Carlos e Neymar recentemente, em jogos na Europa, costumam ganhar maior repercussão justamente quando ocorrem no exterior.
Quando acontecem em estádios brasileiros, episódios como esses costumam ser minimizados ou negados pelos autores e até mesmo pelos próprios atletas hostilizados, devido à ideologia de que o Brasil é uma democracia racial e isento de racismo, segundo dissertação de mestrado em história social defendido em fevereiro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Intitulado “Além dos gramados: história oral dos negros no futebol brasileiro (1970-2010)”, o estudo foi feito por Marcel Diego Tonini e contou com Bolsa da FAPESP.
Para desenvolvê-la, o autor entrevistou 20 personalidades do futebol brasileiro, entre jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, torcedores, jornalistas e especialistas, em sua maioria negros.
Entre os entrevistados estão o comentarista esportivo Leovegildo Lins da Gama Júnior, ex-lateral do Flamengo e da Seleção Brasileira; Jairo do Nascimento, goleiro do Corinthians na década de 1970; José Carlos Serrão (Zé Carlos), ponta e meia-esquerda do São Paulo no começo dos anos 1970 e atual técnico do Central de Pernambuco; e Luiz Carlos (Lula) Bezerra Pereira, que jogou no Sport Recife e no América-MG, entre outros times.
Questionados inicialmente por Tonini se já tinham sido alvo de atos racistas em campo no período em que atuaram como jogadores, a maioria procurou negar, em um primeiro momento, a existência de racismo no futebol brasileiro e evitou expressões como discriminação. Mas, aos poucos, começaram a relatar alguns casos que sofreram.
Já os entrevistados brancos procuraram relativizar as ocorrências de racismo, ao analisar os casos de discriminação ocorridos no futebol brasileiro como uma exceção em um país que acreditam ser racialmente democrático.
“De maneira geral, todos os entrevistados procuraram defender o esporte. Eles falaram que isso acontece não apenas no futebol mas também na sociedade brasileira, que tem um histórico de escravidão e preconceito, e que tocar nesse assunto é como se estivessem assumindo ser racistas em um país onde, supostamente, não há diferenças entre raças e todo mundo é tratado de maneira igual”, disse Tonini à Agência FAPESP.
Justamente por essa falsa percepção de que o Brasil é uma democracia racial, a maioria dos casos de discriminação racial identificada e relatada pelos jogadores se refere ao período em que atuaram no exterior.
Junior, por exemplo, contou que durante uma partida contra o Juventus, da Itália, no período em que jogou no Torino, alguns torcedores do time rival ergueram uma faixa com expressões racistas direcionadas a ele. Ao ser perguntado por um colega de time se tinha visto a faixa no estádio, o atleta respondeu que não, mas que esse tipo de atitude não lhe incomodava porque vinha de um país onde a miscigenação era total.
“Isso expressa completamente a ideologia de que vivemos em um país com democracia racial, uma espécie de paraíso onde todas as raças convivem muito bem e sem racismo”, analisou Tonini.
Segundo o cientista social, os jogadores brasileiros costumam sentir e ser alvos com maior frequência de atitudes racistas no exterior porque em outros países as relações raciais ocorrem de maneira diferente do que no Brasil.
“Em outros países não importa se um negro tem dinheiro ou não. Se o jogador é negro, ele será discriminado como qualquer outro negro, justamente por sua origem étnica e, em muitos casos, pobre”, comparou Tonini.
Poucos negros no comando
A pesquisa de Tonini também desfaz o falso imaginário popular de que o futebol no Brasil é um esporte aberto para os negros e onde eles podem galgar posições na hierarquia do universo profissional do esporte e ascender socialmente.
À exceção da profissão de jogador, segundo Tonini não é comum ver afrodescendentes em funções de comando no futebol brasileiro, como dirigentes, árbitros ou treinadores de clubes de grande expressão.
“Se olharmos de longe, vemos que o futebol, comparado com outras áreas sociais, é um espaço mais democrático para os negros. Mas, ao analisar a estrutura do futebol, percebe-se que ele reproduz características peculiares da sociedade brasileira, com suas relações raciais e de poder”, disse.
Nesse sentido, o caso contado por Lula Pereira é emblemático. Em seu depoimento, o agora treinador relatou que ganhou alguns títulos importantes em clubes pequenos, mas que ainda não teve oportunidade de dirigir um time considerado grande.
“É como se o negro não soubesse comandar. E isso é um reflexo do passado, em que eles eram escravos e tinham que obedecer aos brancos, sobretudo exercendo trabalhos braçais. Exercer cargos importantes, como de treinadores, árbitros e dirigentes de clubes de futebol, seria inverter por completo a lógica racista de que eles têm que ser subordinados aos brancos”, disse Tonini.
“Em minha tese de doutorado, pretendo estudar como futebolistas negros que atuaram no Brasil e no exterior avaliam o racismo aqui e lá fora, baseado na hipótese demonstrada de que eles atenuam o discurso sobre racismo no país e que a discriminação aflora ao jogar em clubes internacionais”, disse.
Agência FAPESP – Atos racistas, como os que tiveram como alvos os jogadores Roberto Carlos e Neymar recentemente, em jogos na Europa, costumam ganhar maior repercussão justamente quando ocorrem no exterior.
Quando acontecem em estádios brasileiros, episódios como esses costumam ser minimizados ou negados pelos autores e até mesmo pelos próprios atletas hostilizados, devido à ideologia de que o Brasil é uma democracia racial e isento de racismo, segundo dissertação de mestrado em história social defendido em fevereiro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
Intitulado “Além dos gramados: história oral dos negros no futebol brasileiro (1970-2010)”, o estudo foi feito por Marcel Diego Tonini e contou com Bolsa da FAPESP.
Para desenvolvê-la, o autor entrevistou 20 personalidades do futebol brasileiro, entre jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, torcedores, jornalistas e especialistas, em sua maioria negros.
Entre os entrevistados estão o comentarista esportivo Leovegildo Lins da Gama Júnior, ex-lateral do Flamengo e da Seleção Brasileira; Jairo do Nascimento, goleiro do Corinthians na década de 1970; José Carlos Serrão (Zé Carlos), ponta e meia-esquerda do São Paulo no começo dos anos 1970 e atual técnico do Central de Pernambuco; e Luiz Carlos (Lula) Bezerra Pereira, que jogou no Sport Recife e no América-MG, entre outros times.
Questionados inicialmente por Tonini se já tinham sido alvo de atos racistas em campo no período em que atuaram como jogadores, a maioria procurou negar, em um primeiro momento, a existência de racismo no futebol brasileiro e evitou expressões como discriminação. Mas, aos poucos, começaram a relatar alguns casos que sofreram.
Já os entrevistados brancos procuraram relativizar as ocorrências de racismo, ao analisar os casos de discriminação ocorridos no futebol brasileiro como uma exceção em um país que acreditam ser racialmente democrático.
“De maneira geral, todos os entrevistados procuraram defender o esporte. Eles falaram que isso acontece não apenas no futebol mas também na sociedade brasileira, que tem um histórico de escravidão e preconceito, e que tocar nesse assunto é como se estivessem assumindo ser racistas em um país onde, supostamente, não há diferenças entre raças e todo mundo é tratado de maneira igual”, disse Tonini à Agência FAPESP.
Justamente por essa falsa percepção de que o Brasil é uma democracia racial, a maioria dos casos de discriminação racial identificada e relatada pelos jogadores se refere ao período em que atuaram no exterior.
Junior, por exemplo, contou que durante uma partida contra o Juventus, da Itália, no período em que jogou no Torino, alguns torcedores do time rival ergueram uma faixa com expressões racistas direcionadas a ele. Ao ser perguntado por um colega de time se tinha visto a faixa no estádio, o atleta respondeu que não, mas que esse tipo de atitude não lhe incomodava porque vinha de um país onde a miscigenação era total.
“Isso expressa completamente a ideologia de que vivemos em um país com democracia racial, uma espécie de paraíso onde todas as raças convivem muito bem e sem racismo”, analisou Tonini.
Segundo o cientista social, os jogadores brasileiros costumam sentir e ser alvos com maior frequência de atitudes racistas no exterior porque em outros países as relações raciais ocorrem de maneira diferente do que no Brasil.
“Em outros países não importa se um negro tem dinheiro ou não. Se o jogador é negro, ele será discriminado como qualquer outro negro, justamente por sua origem étnica e, em muitos casos, pobre”, comparou Tonini.
Poucos negros no comando
A pesquisa de Tonini também desfaz o falso imaginário popular de que o futebol no Brasil é um esporte aberto para os negros e onde eles podem galgar posições na hierarquia do universo profissional do esporte e ascender socialmente.
À exceção da profissão de jogador, segundo Tonini não é comum ver afrodescendentes em funções de comando no futebol brasileiro, como dirigentes, árbitros ou treinadores de clubes de grande expressão.
“Se olharmos de longe, vemos que o futebol, comparado com outras áreas sociais, é um espaço mais democrático para os negros. Mas, ao analisar a estrutura do futebol, percebe-se que ele reproduz características peculiares da sociedade brasileira, com suas relações raciais e de poder”, disse.
Nesse sentido, o caso contado por Lula Pereira é emblemático. Em seu depoimento, o agora treinador relatou que ganhou alguns títulos importantes em clubes pequenos, mas que ainda não teve oportunidade de dirigir um time considerado grande.
“É como se o negro não soubesse comandar. E isso é um reflexo do passado, em que eles eram escravos e tinham que obedecer aos brancos, sobretudo exercendo trabalhos braçais. Exercer cargos importantes, como de treinadores, árbitros e dirigentes de clubes de futebol, seria inverter por completo a lógica racista de que eles têm que ser subordinados aos brancos”, disse Tonini.
“Em minha tese de doutorado, pretendo estudar como futebolistas negros que atuaram no Brasil e no exterior avaliam o racismo aqui e lá fora, baseado na hipótese demonstrada de que eles atenuam o discurso sobre racismo no país e que a discriminação aflora ao jogar em clubes internacionais”, disse.
sábado, 16 de abril de 2011
“COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O COMÉRCIO BILATERAL BRASIL – UNIÃO EUROPEIA EM FOCO”
O Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp (IEEI-UNESP) e o Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL - Memorial da América Latina) convidam para o seminário
“COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O COMÉRCIO BILATERAL BRASIL – UNIÃO EUROPEIA EM FOCO”
Apoio: Delegação da Comissão Europeia no Brasil
Data: dias 28 e 29 de abril de 2011.
Local: Auditório do Anexo dos Congressistas no Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Metrô Barra Funda – São Paulo, Capital.
As inscrições devem ser enviadas para o e-mail: ieei@reitoria.unesp.br
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Nota de falecimento - Mário Martelotta
Prezados Colegas, infelizmente não temos uma notícia boa para dar.
Faleceu nosso colega Mário Martelotta. Professor da UFRJ,
participante ativo do Projeto para a História do Português do Brasil.
Gente boníssima!
Abs.
Dermeval da Hora
Faleceu nosso colega Mário Martelotta. Professor da UFRJ,
participante ativo do Projeto para a História do Português do Brasil.
Gente boníssima!
Abs.
Dermeval da Hora
domingo, 10 de abril de 2011
XV CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA
XV CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA
(22 a 26 de agosto no Instituto de Letras da UERJ), em homenagem a Ismael de Lima Coutinho.
O Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos realizará o XV
CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA de 22 a 26 de agosto de
2011, no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O Congresso terá carga horária de cinquenta horas e as inscrições continuam
disponíveis na página http://www.filologia.org.br/xv_cnlf
No dia cinco novembro ocorrerá o VI JORNADA NACIONAL DE LINGUÍSTICA E
FILOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA, para o qual as inscrições também já estão
abertas na página http://www.filologia.org.br/vi_jnlflp
Veja isto e muito mais em http://www.filologia.org.br
O pagamento de inscrição em evento do CiFEFiL deve ser feito na conta número
13.336-1 da agência 0658-0 do Banco do Brasil, a favor do Círculo Fluminense de
Estudos Filológicos e Linguísticos, cujo CNPJ é 00.357.420/0001-20, e uma cópia do
comprovante deve ser enviada em anexo para este e-mail ou para o fax (21)2569-0276.
Atenciosamente,
José Pereira da Silva
(22 a 26 de agosto no Instituto de Letras da UERJ), em homenagem a Ismael de Lima Coutinho.
O Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos realizará o XV
CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA de 22 a 26 de agosto de
2011, no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O Congresso terá carga horária de cinquenta horas e as inscrições continuam
disponíveis na página http://www.filologia.org.br/xv_cnlf
No dia cinco novembro ocorrerá o VI JORNADA NACIONAL DE LINGUÍSTICA E
FILOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA, para o qual as inscrições também já estão
abertas na página http://www.filologia.org.br/vi_jnlflp
Veja isto e muito mais em http://www.filologia.org.br
O pagamento de inscrição em evento do CiFEFiL deve ser feito na conta número
13.336-1 da agência 0658-0 do Banco do Brasil, a favor do Círculo Fluminense de
Estudos Filológicos e Linguísticos, cujo CNPJ é 00.357.420/0001-20, e uma cópia do
comprovante deve ser enviada em anexo para este e-mail ou para o fax (21)2569-0276.
Atenciosamente,
José Pereira da Silva
Para a paz em Angola - MPLA e UNITA querem reforço da paz
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sexta-feira, 8 de abril de 2011
O site Tema indígena
http://temaindigena.blogspot.com é uma página onde você poderá encontrar diversos materiais para trabalhar com a questão indígena na sala de aula e em pesquisas.
Como material de apoio você poderá consultar:
- Mapa dos povos indígenas do Brasil e do Espírito Santo
- Conteúdos para se trabalhar com os povos indígenas na educação básica
- Livros para download sobre a história e a cultura indígenas
- Referências bibliográficas atualizadas sobre os povos indígenas
- Sites para consulta de informações sobre os índios
Também poderá conseguir informações sobre o livro História dos ïndios do Espírito Santo

O livro História dos Índios do Espírito Santo foi publicado com o apoio das Leis de incentivo Rubem Braga, de Vitória e Chico Prego, da Serra. O livro narra a história e a cultura dos povos indígenas do estado. A publicação surgiu a partir da necessidade de elaborar um material didático adequado e atualizado sobre os povos do Espírito Santo para atender a lei 11.645/08. A abordagem do livro leva em conta fontes históricas, documentos, imagens, depoimentos orais. Os principais temas retratados são referentes aos povos indigenas em sua história e no tempo presente. As ilustrações são de uma professora indígena tupinikim, Leidiane Pego. As fotografias são de Gabriel Lordêllo.
Maiores informações:
www.twitter.com/indiosdoes
www.historiadosindios.blogspot.com
http://temaindigena.blogspot.comMaiores informações:
www.twitter.com/indiosdoes
www.historiadosindios.blogspot.com
Para agendar uma palestra sobre Os povos indígenas basta entrar em contato através do e-mail abaixo:
kalnamt@yahoo.com.br
55-21-8546-7344
__._,_.___
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Carta deixada por atirador mostra premeditação do crime no Rio

Reprodução
"Wellington estudou no colégio que atacou"
'Ele deixou uma carta assinada como Wellington Menezes de Oliveira, sem nenhum sentido, que mostra que entrou determinado a fazer um massacre, uma chacina', falou Pereira em entrevista à rádio Estadão ESPN. Em um dos trechos do documento, com alto teor de fanatismo religioso, o atirador diz ser portador do vírus HIV e que via 'impureza nas crianças', segundo o porta-voz da PM.
Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira durante o horário de aula fingindo ser um palestrante. Quando questionado, começou a atirar contra os alunos que estavam no colégio, mirando contra a cabeça das vítimas. De acordo com Pereira, o atirador estava com dois revólveres - um calibre 321 e um 38 - com acelerador de disparos e muita munição. Mais de 100 projeteis não deflagrados foram apreendidos.
Baseado no conteúdo da carta, o porta-voz da PM disse que Oliveira tinha um desvio de personalidade. 'Ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez', afirmou Pereira.
Um psicanalista ouvido pela rádio Estadão ESPN afirmou, com base nos dados divulgados pela imprensa sobre o conteúdo da carta, que o atirador tem um perfil de psicose. Segundo ele, a doença faz com que a pessoa viva num mundo próprio e não saiba diferenciar o que é real e fantasia, preferindo sempre optar pela visão de loucura.
Ameaça. Informações ainda não confirmadas dão conta de que Oliveira teria ido à escola há dois dias e ameaçado os diretores do colégio.
(Com Rádio Estadão ESPN e Pedro Dantas, de O Estado de S.Paulo)
7/4/2011 12:26 Massacre no Rio Tragédia em escola

Tasso Marcelo AE
Massacre no Rio
Um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Rio de Janeiro, entrou na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, disparando dois revólveres. No ataque, ao menos 11 crianças morreram. Segundo o governador do Estado, Sérgio Cabral, o atirador, que teria 24 anos, teria sido atinigido na perna por um policial antes de se matar.FUNAI MENTE SOBRE BELO MONTE E RESSUSCITA CRITÉRIOS RACISTAS DE INDIANIDADE
FUNAI MENTE SOBRE BELO MONTE E RESSUSCITA CRITÉRIOS RACISTAS DE INDIANIDADE
Após a reação arrogante e equivocada do Ministério de Relações Exteriores à decisão da Organização dos Estados Americanos – OEA, que recomenda a suspensão do licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, mais uma representação governamental, a Fundação Nacional do Índio (Funai), revela o descontrole do Governo brasileiro ao receber tal recomendação. Em nota publicada no dia 5, há uma tentativa clara de confundir a opinião pública através da falsa informação da realização das consultas às comunidades indígenas, conforme estabelece o Artigo 231 da Constituição brasileira e a Convenção 169 da OIT.
As reuniões realizadas por técnicos da Funai nas aldeias indígenas possuem caráter meramente informativo e constituem parte dos Estudos de Impacto Ambiental. Todas elas foram gravadas em vídeos. Nas gravações os técnicos explicam aos índios que as consultas seriam feitas depois (http://www.youtube.com/watch?v=zdLboQmTAGE).
Ao afirmar, na referida nota, que “nas TIs Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu e Juruna do Km 17, vivem populações que passaram por processos de miscigenação, isto é, que se misturaram com população não indígena”, a Funai reforça a visão racista, ainda predominante na sociedade brasileira, sobre a existência de duas categorias indígenas, os índios puros e os índios misturados. Com essa distinção, de maneira sutil, o órgão insinua que na aplicação dos direitos indígenas poderia haver uma diferenciação, onde os primeiros, por serem puros, teriam mais direito do que os segundos.
Esse comportamento lembra o episódio ocorrido em 1980 quando a Funai tentou estabelecer os chamados “Critérios de Indianidade” que definiam como indicadores da condição de indígena o indivíduo com “mentalidade primitiva, características biológicas, psíquicas e culturais indesejáveis, presença de mancha mongólica ou sacral, medidas antropométricas, desajustamento psíquico-social etc.”. Graças à ampla mobilização dos povos indígenas e seus apoiadores a iniciativa foi frustrada.
O que chama a atenção é o fato dos referidos critérios também terem surgido como resposta do Governo brasileiro a uma demanda internacional. Na época, o então presidente da Funai, Nobre da Veiga, na condição de executor da tutela do Estado sobre os indígenas, tentou impedir que o líder Xavante, Mário Juruna, viajasse à Holanda para participar do IV Tribunal Russel, sob a alegação de que o indígena estava proibido de apresentar denúncia contra o Governo. A viagem somente foi possível após o julgamento, pelo Tribunal Federal de Recursos, de Habeas Corpus em favor de Mário Juruna, impetrado pelos advogados Paulo Machado Guimarães e José Geraldo de Sousa Júnior. Juruna ainda se encontrava na Holanda, quando numa atitude revanchista, a Funai divulgava no Brasil um documento de seis páginas com a descrição minuciosa dos “critérios de indianidade”.
Considerando-se o avanço ocorrido na legislação indigenista brasileira ao longo dos últimos 30 anos, sobretudo com a aprovação da Constituição Federal de 1988 e posteriormente a ratificação, pelo Estado brasileiro, da Convenção 169 da OIT, que reconhece aos índios o direito à auto-identificação, não se pode admitir que a Fundação Nacional do Índio faça uso de artifícios preconceituosos e discriminatórios, próprios do período ditatorial da história do Brasil.
O Conselho Indigenista Missionário repudia veementemente esse tipo de procedimento, que em nada contribui para o processo de mudança da mentalidade colonialista que ainda predomina no nosso país.
Brasília, 07 de abril de 2011.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Bolsonaro quer explicar ao Conselho de Ética declaração considerada racista
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/DIREITOS-HUMANOS/194964-BOLSONARO-QUER-EXPLICAR-AO-CONSELHO-DE-ETICA-DECLARACAO-CONSIDERADA-RACISTA.html
Bolsonaro quer explicar ao Conselho de Ética declaração considerada racista
Deputados Edson Santos, Manuela D'Ávila e Jean Wyllys criticam parlamentar por entrevista a programa na televisão e querem providências contra sua postura.
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu sua própria convocação pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, para prestar esclarecimentos sobre suas declarações em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes, exibido na segunda-feira (28).
Durante o programa, em resposta à cantora Preta Gil, que perguntou ao deputado o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra, Bolsonaro respondeu: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”. O deputado afirmou em nota divulgada nesta terça-feira que entendeu errado a pergunta e achou que a artista se referia a uma relação homossexual.
"Se eu fosse racista, nunca diria isso na televisão, não sou louco. Mas não tenho qualquer problema com isso, tenho funcionários negros, minha esposa é afrodescendente, e meu sogro é mais negro que mulato", defendeu-se.
Na nota, Bolsonaro ressalta ainda que o próprio apresentador do CQC, Marcelo Tas, ao comentar a entrevista, disse que o deputado não deve ter entendido a pergunta. “Eu fiz a entrevista com um laptop e uma câmera. Se o próprio Tas ou o Gentili [Danilo Gentili, repórter do programa] estivessem lá, teriam refeito a pergunta e nada disso teria acontecido”, argumentou o deputado, lembrando que as perguntas, inclusive a de Preta Gil, foram apresentadas a ele por meio de um computador.
Representações
O deputado Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Igualdade Racial, entregou hoje ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma representação para que a Corregedoria da Câmara avalie se o comportamento de Bolsonaro pode ser considerado quebra de decoro parlamentar. "Ele vem tomando atitudes preconceituosas contra homossexuais há muito tempo, e esse comportamento não pode ser relevado", disse.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), fará ofícios à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, para que Bolsonaro seja investigado por racismo.
Também o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), disse que tomará providências contra Bolsonaro. "É por isso que precisamos aprovar o projeto que criminaliza a homofobia, porque foi o deputado se referir aos negros e todos viram o absurdo de suas ideias, mas os homossexuais são ofendidos todos os dias", defendeu. O projeto (PL 5003/01) foi aprovado pela Câmara e aguarda análise do Senado.
Bolsonaro se defendeu dizendo que não é homofóbico, mas acredita que "o Estado brasileiro não pode apoiar esse tipo de comportamento que atenta contra a família e o lar dos brasileiros".
Durante o programa, em resposta à cantora Preta Gil, que perguntou ao deputado o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra, Bolsonaro respondeu: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”. O deputado afirmou em nota divulgada nesta terça-feira que entendeu errado a pergunta e achou que a artista se referia a uma relação homossexual.
"Se eu fosse racista, nunca diria isso na televisão, não sou louco. Mas não tenho qualquer problema com isso, tenho funcionários negros, minha esposa é afrodescendente, e meu sogro é mais negro que mulato", defendeu-se.
Na nota, Bolsonaro ressalta ainda que o próprio apresentador do CQC, Marcelo Tas, ao comentar a entrevista, disse que o deputado não deve ter entendido a pergunta. “Eu fiz a entrevista com um laptop e uma câmera. Se o próprio Tas ou o Gentili [Danilo Gentili, repórter do programa] estivessem lá, teriam refeito a pergunta e nada disso teria acontecido”, argumentou o deputado, lembrando que as perguntas, inclusive a de Preta Gil, foram apresentadas a ele por meio de um computador.
Representações
O deputado Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Igualdade Racial, entregou hoje ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma representação para que a Corregedoria da Câmara avalie se o comportamento de Bolsonaro pode ser considerado quebra de decoro parlamentar. "Ele vem tomando atitudes preconceituosas contra homossexuais há muito tempo, e esse comportamento não pode ser relevado", disse.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), fará ofícios à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, para que Bolsonaro seja investigado por racismo.
Também o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), disse que tomará providências contra Bolsonaro. "É por isso que precisamos aprovar o projeto que criminaliza a homofobia, porque foi o deputado se referir aos negros e todos viram o absurdo de suas ideias, mas os homossexuais são ofendidos todos os dias", defendeu. O projeto (PL 5003/01) foi aprovado pela Câmara e aguarda análise do Senado.
Bolsonaro se defendeu dizendo que não é homofóbico, mas acredita que "o Estado brasileiro não pode apoiar esse tipo de comportamento que atenta contra a família e o lar dos brasileiros".
Íntegra da proposta:
Edição – Marcos Rossi
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